O parlamento do Irã aprovou, neste domingo (22), uma moção que autoriza o fechamento do Estreito de Ormuz, rota marítima estratégica para o comércio global de petróleo. A medida é uma resposta aos bombardeios dos Estados Unidos contra o país no sábado (21).

A decisão ainda depende do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, Ali Khamenei.

Contexto da crise no Golfo Pérsico

A tensão aumentou após o Irã ameaçar, na última quinta-feira (19), fechar o Estreito de Ormuz caso os EUA apoiassem Israel no conflito em curso. A rota conecta o Golfo Pérsico ao oceano aberto e é responsável por cerca de 21% de todo o petróleo transportado mundialmente.

Segundo o parlamentar Seyyed Ali Yazdi Khah, o país “tem muitas opções e usará todas se necessário”. Outro deputado, Esmaeil Kowsari, confirmou que o parlamento optou pelo fechamento, mas a decisão final será tomada pelo Conselho de Segurança.

Impacto global no petróleo

De acordo com um relatório da seguradora ING, a interrupção do tráfego no Estreito de Ormuz pode elevar o preço do petróleo para até US$ 120 por barril. Caso a situação persista, o valor pode superar o recorde de quase US$ 150, registrado em 2008.

Reação após ataque dos EUA

No sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que bombardeou três instalações nucleares iranianas. O ataque ampliou a tensão no Oriente Médio, sobretudo na relação entre Irã e Israel.

Em resposta, o parlamento iraniano tomou a decisão histórica, enquanto navios comerciais já evitam a região do Golfo por precaução.

Estreito de Ormuz: por que é estratégico?

O Estreito de Ormuz é vital para países exportadores como Irã, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Iraque. É a única via marítima que liga o Golfo Pérsico ao restante do mundo. Cerca de 1/5 do consumo global de petróleo cru passa por ali diariamente.

Além do petróleo, o preço internacional do gás natural também registrou alta desde a intensificação do conflito entre Irã e Israel.

(*) Com informações do Metrópoles

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