De um tempo para cá, sua memória anda te deixando na mão com frequência? Já saiu para fazer alguma coisa e esqueceu o que era no meio do caminho? E quantas vezes precisou ler o mesmo texto porque se desconcentrou e não entendeu nada?
Hoje, vemos questões de problemas de memória, cognição e falta de concentração com muito mais frequência do que décadas atrás. Vamos entender o que pode estar acontecendo para que esses problemas estejam tão comuns, e o melhor: estratégias para combater o desgaste mental e melhorar a cognição.
Primeiro, não podemos deixar de observar que estamos em uma sociedade que tornou comum e, pior, enaltece o hábito de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, de forma incansável. Não paramos mais de trabalhar na hora que saímos do trabalho. Seguimos pelos grupos de whatsapp, pelo email que está na palma das mãos, ou mesmo pelas redes sociais e canais de notícias. Uma coisa já se observa logo de início: o acesso à informação é constante e vem de todos os lados, somos bombardeados o tempo inteiro.
Além desse excesso de estímulos e informação, não podemos negligenciar as sequelas do Covid, que deixou muitas pessoas com falhas de memória. Mas por quê? Algumas sugestões apontam para o processo inflamatório e para os danos vasculares causado pela doença (lembra que, de repente, aprendemos sobre D-dímero e oxímetro?). Dificuldade na circulação por conta da alta coagulação sanguínea e baixa oxigenação no sangue (em termos populares: o sangue estava “grosso” e sem oxigênio), complicaram o funcionamento do cérebro e podem ter colaborado para surgimento dos sintomas da falta de memória: sem oxigênio na quantidade adequada, o sistema nervoso pode ter tido dificuldade para trabalhar.
Complementando a cereja desse bolo caótico, ainda temos um cenário de fadiga generalizada, estresse e esgotamento mental das pessoas causado por essa sobrecarga de trabalho e de informações. Parece que todo mundo anda cansado de tudo. Não conseguimos mais lembrar nomes, compromissos, onde guardamos as chaves… prestar atenção em algo sem dispensar é uma tarefa quase impossível. Por vezes estamos conversando sem estar presentes na conversa, divagando sobre outros assuntos tentando fazer tudo ao mesmo tempo.
A pergunta é: tem como melhorar isso?
O lado bom é que existem várias possibilidades para melhorar o foco e concentração, desde exercícios até suplementos e mudança de hábitos. A primeira coisa que se deve fazer é tentar identificar a causa da falta de memória. Muitos jovens se assustam achando que estão com início de Alzheimer porque não lembram onde deixaram as chaves. A doença é bem mais complicada do que isso, e vai uma dica: se você se lembra que perdeu as chaves, não é Alzheimer. O Alzheimer apaga parte da memória a ponto de você sequer saber que tinha uma chave. Então, saber que perdeu a chave já é um bom começo para identificar a possível causa.
Existem vários exercícios para ajudar a estimular a memória, vou citar 2 muito fáceis de incluir na rotina e que dão resultados imediatos:
1. Dê atenção ao que está fazendo. Exemplo: se chegou em casa e começou a conversar com alguém ou abrir as correspondências, seu foco vai estar aí. Ou seja, não está prestando atenção onde está deixando as coisas. Na hora de deixar as chaves ou celular em algum lugar, saia do automático e diga para você mesmo, mentalmente: estou deixando a chave aqui. Pronto, seu cérebro armazenou essa informação porque você parou para informar ele.
2.O segredo em ser multitarefas na realidade é não ser multitarefas: faça uma coisa por vez! Faça uma lista das 10 coisas que precisa fazer e faça uma por vez. Seu cérebro foca e se concentra naquilo, dando total atenção, armazenando as informações, e termina bem mais rápido do que você imagina. E vá rapidinho para o item seguinte. Quando você menos esperar, fez tudo num passe de mágica!
Existem também diversos suplementos que ajudam o cérebro a trabalhar melhor. Oras, se damos nutrientes específicos para ganhar músculos, porque não teríamos como ajudar o cérebro? Basta observar alguns pontos intrigantes: o cérebro sozinho consome de 20 a 25% da energia do nosso corpo. Esse é o motivo pelo qual um dia de intenso trabalho mental faz parecer mais cansado que se tivesse carregado fardos pesados. Então precisamos entender que o cérebro precisa de energia, e a energia dele é específica. Além de energia, nosso cérebro precisa de antioxidantes, nutrientes e oxigênio.
Um bom suplemento para funcionamento cerebral traz aminoácidos específicos (glutamina, fenilalanina), antioxidantes que melhoram o seu funcionamento (coenzima Q10, ácido lipoico, resveratrol), ativos naturais que estimulam neurotransmissores, melhoram foco e concentração – os chamados nootrópicos (Bacopa monnieri, citicolina, fosfatidilserina, fosfatidilcolina) e ativos que melhoram a oxigenação (Ginkgo biloba e beterraba).
E antes que perguntem se suplementação melhora, faça a analogia da academia. Se o suplemento adequado e direcionado aumenta os músculos, imagina suplementar a central de funcionamento do corpo? Claro que uma suplementação adequada vem acompanhada de uma boa orientação profissional.
Hábitos saudáveis, alimentação balanceada e sono de qualidade também são fundamentais para melhorar o funcionamento do cérebro. Lembrem-se, é como se fosse uma máquina que precisa de manutenção. No caso, a manutenção do cérebro é uma parada de qualidade de cerca de 8 horas por dia.
E sua memória, como está?

(*) Natasha Mayer é Farmacêutica, formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pós-graduada em Cosmetologia pela Faculdade Oswaldo Cruz – SP, em Saúde Estética pela Biocursos e em Gestão de Empresas pela Fundação Dom Cabral. Mestre em Engenharia de Produção pela UFAM, CEO da Pharmapele Manaus e presidente da Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Amazonas (AJE-AM).
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