O perito da Polícia Civil do Amazonas, que havia sido preso temporariamente durante a operação “Militia”, foi colocado em liberdade na tarde desta terça-feira (29). Ele prestou depoimento e colaborou com as investigações. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Armando Gurgel.
Segundo o promotor, a prisão temporária foi essencial para garantir diligências sensíveis durante a apuração. “A custódia permitiu ações estratégicas e houve significativa colaboração do perito, o que dispensou a continuidade da prisão”, explicou Gurgel.
Enquanto isso, os oito policiais militares investigados permanecem sob custódia.
Operação Militia
Deflagrada nesta terça-feira (29/07) pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), a operação “Militia” tem como objetivo desarticular um grupo formado por policiais militares e um perito da Polícia Civil, suspeitos de integrar uma milícia envolvida em crimes de extorsão, roubo e sequestro mediante violência.
Coordenada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), a operação contou com o apoio de 150 policiais e diversos setores especializados, como o Caocrimo, a Polícia Civil e a Polícia Militar.
Prisões e apreensões
Foram cumpridos nove mandados de prisão — oito preventivas contra PMs e uma temporária contra o perito — além de 16 mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram nas residências dos suspeitos e no Batalhão da Força Tática, no bairro Praça 14, zona sul de Manaus.
Durante a operação, foram apreendidos:
- 14 pistolas
- 3 fuzis
- 1 revólver
- 1 fuzil de airsoft
- 653 munições
- 14 celulares
- 3 veículos
- R$ 10.695 em espécie
As armas serão periciadas e incluídas no Banco Nacional de Balística para verificar se foram usadas em homicídios.
Início da investigação
As investigações começaram após um sequestro ocorrido em fevereiro de 2025, no bairro Manoa. O caso foi registrado por populares e divulgado pela imprensa. A partir desse episódio, a promotoria identificou outras duas vítimas que teriam sido extorquidas em cerca de R$ 300 mil.
De acordo com o MP, os alvos do grupo eram, principalmente, pessoas envolvidas com atividades criminosas e seus familiares. Os suspeitos subtraíam dinheiro, joias e outros bens de valor. Agora, os investigadores buscam rastrear os recursos obtidos com os crimes para localizar outros envolvidos e ressarcir as vítimas.
MP quer mais denúncias
O promotor Armando Gurgel destacou que a divulgação da operação pode incentivar novas vítimas a denunciarem. “Com os agentes presos, mais pessoas podem se sentir seguras para procurar o MP”, afirmou.
O comandante-geral da PMAM, coronel Klinger Paiva, declarou apoio à operação: “Esses oito policiais não representam os seis mil homens da corporação. A PM está comprometida com a verdade e com o combate ao crime.”
A operação “Militia” contou com o apoio do Caocrimo, DJD-PM, Core/PC, Denarc e DRCO.
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