Setembro Amarelo chegou, e não é só porque os prédios ficam amarelos que o tema some. Depressão virou “febre” entre nós – triste, mas real. No Brasil, cerca de 5,8% da população sofria de depressão conforme dados da OMS de 2017, o que já significava 11,5 milhões de pessoas.
E, como se fosse um troféu indesejado, somos o país com maior prevalência de depressão na América Latina. Mais recentemente, uma pesquisa de 2024 apontou que 19% dos entrevistados relatam já ter tido depressão – com femininas liderando (24% x 13% dos homens). Traduzindo: a depressão não só existe, como vai crescendo sorrateiramente, às vezes sem tratamento. Em 2019, mais de 70% dos brasileiros com depressão não receberam nenhum tratamento.
Terapia & medicamentos tarja preta: salvam, mas incomodam
Os tratamentos tradicionais são como aquele parente inconveniente: necessário, mas com efeitos colaterais. A psicoterapia (TCC, TIP etc.) é a primeira escolha, eficaz e sem crias efeitos colaterais hormonais – tipo dormir demais ou ganhar peso como os remédios. Já os antidepressivos, como os ISRSs (sertralina, fluoxetina, escitalopram), são úteis, mas vêm com suas bagagens—insônia, náusea, irritabilidade e, em jovens, até risco de ideação suicida.
E ainda tem quem precise de ECT (eletroconvulsoterapia) quando nada mais funciona — eficaz, mas com aquele “nazinho” de mito, incluindo confusão momentânea e lapsos de memória. Fitoterápicos: a turma leve e natural vem chegando. Aí entram os fitoterápicos, tipo os nanicos heróis alternativos. Estudos indicam que eles oferecem menos efeitos colaterais, sendo uma opção viável para ansiedade e depressão. E vamos ao rol de bons de serviço:
Hypericum perforatum (hipérico / Erva de São João): vários ensaios clínicos randomizados confirmam sua eficácia superior a placebo no tratamento da depressão. Mas, como bom protagonista, tem interações—pode interferir em diversos medicamentos, então vai com calma.
5-HTP (hidroxitriptofano): precursor direto da serotonina. Ajuda no humor, memória, sono e cognição. Um atalho químico simpático para bem-estar, sem tramas farmacológicas tarja preta.
L-Teanina: aumenta serotonina e dopamina, promovendo calma, foco e relax à la zen minimalista.
Ashwagandha (Withania somnifera): raiz indiana queridona que reduz estresse, tem efeito tranquilizante, melhora cognição e também tem ação anti-inflamatória.
Mulungu (Erythrina verna): usado tradicionalmente no Brasil, ajuda na ansiedade e depressão.
Além desses, o Brasil é cheio de flora e povo criativo: muitos outros são estudados como opções naturais, acessíveis e com boa aceitação cultural. Fitoterápicos são tipo aquele amigo zen na roda de conversa: trazem leveza, ajudam a relaxar, e quase nunca somem levando a cama junto. Para quem quer dar um “desmame” nos tarja-preta ou busca menos dependência física, pode ser um caminho interessante. Só não vale substituir terapia ou acompanhamento médico por um chá e dizer “tô de boa”. Se o humor fosse um aeroporto, antidepressivos seriam os voos diretos, mais rápidos, mas com turbulência e taxas extras. Já os fitoterápicos são os voos regionais, mais tranquilos e com escalas — mais lento, mas com menos ressaca. O segredo? Usar na dose certa, com acompanhamento, e sabendo que às vezes o tráfego exige escalas combinadas (terapia, fitoterápicos, estilo de vida).
