A exposição “Manaus: Arte e Memória da Amazônia” homenageia o aniversário de 356 anos da capital amazonense com uma mostra coletiva inédita. O evento acontece na quinta-feira (23), às 19h, no Centro Cultural Palácio da Justiça, localizado na Avenida Eduardo Ribeiro, 901, Centro de Manaus.
O artista plástico Jandr Reis, conhecido por celebrar Manaus em suas obras e abordar temas ligados ao meio ambiente e à identidade amazônica, é o idealizador da exposição. A mostra é realizada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
A exposição é composta por mais de 100 obras assinadas por 55 artistas, todas pertencentes ao acervo pessoal de Jandr Reis. A coletânea inclui pinturas e fotografias artísticas, refletindo o olhar cuidadoso do artista como colecionador e guardião da memória coletiva.
Jandr afirma que a trajetória de um artista se constrói a partir das conexões que estabelece. “É fundamental reconhecer um aspecto muitas vezes ignorado: o fato de que o artista também atua como colecionador. Além disso, a exposição é uma forma de celebrar também a classe artística na arte visual”, afirma.
O início da paixão pelo colecionismo
A paixão pelo colecionismo surgiu nos anos 1990, quando Jandr ganhou sua primeira obra do artista Oscar Ramos. Após adquirir um apartamento, recebeu mais cinco obras de Ramos e, em seguida, comprou uma pintura de Moacir Andrade.
“Desde então, eu passei a investir no mercado de artes. E fui comprando tantas obras que, em um determinado ponto, por não ter tantas opções de quadros, eu cheguei a trocar obras com outros artistas que gostavam da minha obra e que eu, como colecionador, gostaria de ter desses mesmos artistas”, destaca Jandr.
Além de comemorar o aniversário da cidade, a mostra propõe um resgate histórico. Jandr ressalta que o evento também presta homenagem a nomes consagrados da arte manauara que deixaram seu legado e, ao mesmo tempo, valoriza artistas contemporâneos em plena atividade.
“Eu gosto de fazer arte, de pintar, é o meu ofício, minha paixão, e gosto de viver rodeado de arte. E essa mostra, além de mostrar meu lado como artista e colecionador, demonstra também o carinho e a admiração pelos outros colegas que fazem arte”, afirma.

Colecionadores como guardiões da memória artística
Responsável pela curadoria da exposição, Cléia Viana destaca o papel do colecionador na preservação da memória artística. Ela afirma que, ao reunir e valorizar obras de diferentes períodos e linguagens, os colecionadores garantem a continuidade das narrativas culturais.
“Nesse contexto, a atuação de Jandr Reis como colecionador transforma o ato de colecionar em um gesto de responsabilidade histórica e de cuidado com a memória coletiva”, observa.
Cléia acrescenta que o acervo da exposição celebra Manaus ao propor uma viagem simbólica pela história da arte local. “A exposição propõe uma travessia pela história da arte manauara, como quem percorre o leito profundo de um rio que transporta tempos, gestos e visões. Estruturada em três eixos, a mostra reflete as diversas fases da criação artística na cidade e suas relações com o imaginário amazônico”, conclui.

Serviço
Exposição: Manaus: Arte e Memória da Amazônia
Data: Quinta-feira, 23 de outubro
Horário: 19h
Local: Centro Cultural Palácio da Justiça – Av. Eduardo Ribeiro, 901, Centro, Manaus
Entrada: Gratuita
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