A Amazônia pode estar prestes a dar um importante passo rumo ao reconhecimento internacional de seu patrimônio natural e científico. No próximo dia 6 de novembro de 2025, será realizado o I Workshop sobre a Proposta de Criação do Geoparque do Purussaurus da Amazônia, iniciativa do Fórum de Estudos Econômicos e Sociais para o Desenvolvimento Sustentável (FOCOS).
O evento ocorrerá das 9h às 12h, no Auditório do Palacete Provincial, na Praça Heliodoro Balbi, Centro de Manaus.
O encontro reunirá representantes dos Poderes Executivo e Legislativo do Estado, além de universidades e instituições de pesquisa, para discutir a criação de um Geoparque na região da Bacia do Rio Purus, considerada o berço do gigantesco Purussaurus brasiliensis, um dos maiores crocodilianos que já habitaram a Terra.
De acordo com o coordenador do FOCOS e autor do livro “O Geoparque do Purussaurus da Amazônia”, Cristóvam Luiz Martins, a proposta tem potencial para transformar-se em um projeto de relevância sociocultural e científica inestimável, com possibilidades concretas de reconhecimento pela UNESCO.
“Os geoparques representam uma iniciativa mundial bem-sucedida. Hoje são 195 espalhados em 48 países. No Brasil, temos o Geoparque Araripe, primeiro das Américas, criado em 2006, e outros quatro recém-implantados. Mas o país possui potencial para muitos mais, e a Amazônia é um território privilegiado pela sua geodiversidade e riqueza paleontológica”, explica Cristóvam .
Patrimônio paleontológico

O autor destaca que a região amazônica abriga fósseis de espécies pré-históricas de valor científico incalculável, entre elas o lendário Purussaurus brasiliensis, estudado por pesquisadores como Alceu Ranzi e Rosalie Benchimol, além de cientistas da Universidade Federal do Acre (UFAC) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Os estudos fundamentam a proposta do geoparque, que abrangerá áreas de importância geológica, paleontológica e ambiental, com potencial para se tornar um referência mundial em geoturismo, educação científica e conservação ambiental.
Segundo Cristóvam Luiz, um geoparque é um território onde o patrimônio geológico é protegido e valorizado em um conceito holístico que integra educação, turismo e desenvolvimento sustentável.
“Mais do que preservar, os geoparques ensinam. Eles difundem o conhecimento científico, estimulam o turismo sustentável e geram oportunidades de renda e emprego para as comunidades locais. São uma ferramenta poderosa para unir ciência, cultura e economia verde”, ressalta o pesquisador.
Educação, turismo e sustentabilidade
O projeto do Geoparque do Purussaurus da Amazônia prevê a criação de rotas científicas e culturais, integrando comunidades, pesquisadores e visitantes em torno do conhecimento das Geociências.
Além de impulsionar o geoturismo, a proposta busca fortalecer a identidade amazônica e promover uma nova visão de desenvolvimento regional sustentável, baseada no equilíbrio entre conservação e progresso econômico.

Cristóvam Luiz lembra ainda que o reconhecimento pela UNESCO elevaria o nome da Amazônia a um novo patamar internacional, ampliando sua visibilidade como área estratégica de preservação ambiental e valorização científica.
O livro “O Geoparque do Purussaurus da Amazônia”, que apresenta uma sinopse detalhada do projeto e dos estudos paleontológicos realizados na região, está disponível na plataforma Amazon.com, em português e espanhol.
Conforme Cristóvam, o workshop é aberto ao público e promete ser um marco na integração entre ciência, meio ambiente e políticas públicas em prol do futuro sustentável da Amazônia.
Leia mais:
