O projeto “Circo para Todos” encerrou sua circulação no Amazonas superando expectativas. Idealizado pela artista circense venezuelana Teffy Rojas, o espetáculo e a oficina atingiram mais de 600 pessoas em cidades do interior e em instituições voltadas a pessoas com deficiência.

Circulação pelo interior do Amazonas

O circuito levou o espetáculo “Memória de Ser” para três municípios do Amazonas e realizou a oficina “Laboratório Rojo para Pessoas com Deficiências” em espaços de assistência a PCDs em São Gabriel da Cachoeira e em Manaus.

Segundo a malabarista – que vive há quase dez anos em Manaus e fundou o coletivo “Laboratório Rojo” –, apresentar uma performance sensível que provoca reflexão sobre o luto foi um desafio motivador.
“Passamos com ‘Memória de Ser’ pela comunidade Baniwa Yamado, localizada nas proximidades de São Gabriel da Cachoeira, pela comunidade do Cartucho, em Santa Isabel do Rio Negro, e por Presidente Figueiredo. Toda essa missão serviu como incentivo para que eu continue acreditando no impacto sociocultural das artes circenses como ferramenta de transformação e convivência social”, enfatiza.

Produção e equipe envolvida

Contemplada pelo Edital de Chamamento Público n° 03/2024 – Fomento à execução de ações culturais de Circo, a montagem foi criada em 2023 com direção e provocação técnica de Marcelo Rodini, o “Mamute Malabarista”. Na nova circulação, teve provocação corporal de Viviani Paldini e apoio de uma equipe técnica composta por Ananda Guimarães (acessibilidade), Igor Falcão (produção geral), Cesar Nogueira (imagem), Alonso Junior (fotografia) e Miguel Guevara (monitoria).

Teffy destaca que o projeto teve grande relevância artística e profissional, tanto pela apresentação quanto pela criação da oficina, que funcionou como contrapartida, usando uma metodologia lúdica com exercícios de coordenação motora e consciência corporal.

Documentário e legado da circulação

A circulação gratuita resultará em um documentário que mostrará a aventura de levar a arte circense a comunidades afastadas do Amazonas, trabalho semelhante ao realizado pela atriz Selma Bustamante e por Cesar Nogueira em 2016, com o espetáculo “Se essa Rua fosse minha”.

“Ao longo desta saga, foi gratificante ver o encantamento das pessoas em seus primeiros contatos com a linguagem do circo, uma troca cultural que sempre procuro como artista de rua, militante ativa de circo social e caminhante nômade. Foi uma experiência bastante satisfatória, especialmente por ser a primeira vez que consegui expor uma dramaturgia um pouco mais densa, que exige mais presença de corpo, mente e técnica. Essa aventura ficará reverberando em mim por muito tempo”, finaliza a artista.

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