A nova edição do Festival Psica, marcada para os dias 12 a 14 de dezembro no Estádio do Mangueirão, em Belém (PA), reforça, portanto, a influência crescente da música feita na Amazônia. Além disso, entre as atrações, dois nomes de Manaus se destacam pela inovação e pela expansão nacional: o coletivo Vacilo e o trio D’água Negra, que, consequentemente, fortalecem a presença da capital amazonense na cena cultural do país.

Vacilo: latinidades amazônicas em pista de dança

Criada em 2023, a Vacilo Fiesta celebra as latinidades a partir da Amazônia e, desse modo, reúne ritmos como reggaeton, cumbia, bachata e salsa, além de gêneros que moldaram o Norte, como lambada e calypso. A festa, comandada pelos manauaras Guillerrrmo e Bibous, já soma mais de 20 edições e, por isso, promove intercâmbios com coletivos brasileiros e colombianos — incluindo, inclusive, uma apresentação em Medellín, berço do reggaeton.

“Estar no Psica é muito especial porque é um festival que constrói pontes. Queremos levar ao público essa pesquisa que mistura a pulsação do reggaeton com a ancestralidade das fronteiras amazônicas”, destaca Bibous.

D’água Negra: sofisticação sonora e crítica social

Formado por Clariana Arruda, Bruno Belchior e Melka Franco, o D’água Negra consolida sua presença nacional ao unir elementos eletrônicos, soul e jazz. Depois do EP “Erógena” (2021) e dos singles “Escárnio” e “Corpo Quente”, o trio segue, assim, explorando uma estética contemporânea e crítica.

Selecionado para o Aposta Psica 2025, o grupo chega a Belém após apresentações em grandes festivais de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Dessa forma, sua trajetória recente amplia a circulação e reforça a identidade amazônica que leva aos palcos. “Nosso som busca traduzir a dramaturgia dos corpos manauaras, com influências da música negra e um olhar para a contemporaneidade das relações”, comenta Bruno.

A presença de Vacilo e D’água Negra reforça, portanto, a potência da produção musical de Manaus e, ao mesmo tempo, amplia sua visibilidade no cenário nacional. Para Bibous, participar do Psica tem impacto que vai além do palco: “O festival é um investimento fundamental para conectar a Amazônia com o restante do Brasil. Fazemos parte desse país, circulamos, produzimos cultura, e precisamos ser vistos como protagonistas dessa cena”.

Foto: Divulgação

Sobre o Festival Psica

Criado em 2012, o Psica se consolidou, ao longo dos anos, como um dos principais festivais independentes do Brasil. O festival também se destaca pela curadoria ousada e pela valorização da cultura amazônica, e já levou a Belém nomes como Elza Soares, Karol Conká, João Gomes, BaianaSystem, Liniker, Pabllo Vittar e Gaby Amarantos.

A edição histórica de 2024 reuniu mais de 100 mil pessoas. Em 2025, “O Retorno da Dourada” celebra os 13 anos do festival e, consequentemente, expande as conexões sonoras da Pan-Amazônia com atrações locais, nacionais e internacionais.

O Festival Psica 2025 – O Retorno da Dourada acontece nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, na Cidade Velha, em Belém (PA). Os passaportes estão disponíveis a partir de R$ 125 (meia) pela plataforma Ingresse, com gratuidade garantida para inscritos na Lista TransFree e para PCDs. Mais informações e atualizações podem ser acompanhadas pelo perfil @festivalpsica e pelo site oficial do evento.

Leia mais

Festival celebra centenário de Thiago de Mello em 2026