Problemas cardiovasculares, doença respiratória aguda, fibrose pulmonar, insuficiência respiratória, câncer de pulmão… A lista para as alterações que podem ter como causa o Vaping (uso de dispositivos eletrônicos, mais conhecidos como cigarros eletrônicos) só aumenta, assim a adesão dos jovens ao produto, afirma o cardiologista e voluntário da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), Dr. Aristóteles Comte Alencar.
De acordo com ele, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) têm a venda proibida no Brasil, desde 2009.
Mas, ainda assim, não é difícil encontra-los à venda em Manaus ou qualquer outra capital brasileira, sem muito esforço. Em comum, o cigarro eletrônico e o tradicional têm a grande lista de doenças correlacionadas.
“Mas, é importante ressaltar que o cigarro eletrônico emite maior quantidade de nicotina, o que reduz a sensação de irritação ao inalar o vapor, promovendo uma maior dependência. Ou seja: o indivíduo tende a fumar mais vezes ao dia”, explicou.
Outro dado que preocupa, segundo ele, é que o cigarro eletrônico pode causar problemas mais cedo que o cigarro tradicional, que por si só, já é bastante nocivo à saúde.
“Enquanto o cigarro tradicional, na maioria das vezes, leva décadas para causar danos irreversíveis ao organismo, o eletrônico pode levar apenas alguns meses”, explicou.
A estrutura de alguns DEFs, que inclui bateria e resistência, solta metais nocivos à saúde que, quando inalados, potencializam os riscos de câncer de pulmão. Outro fator que merece atenção, pois pode modificar futuramente a projeção de casos da doença.
O dado mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta para 30,2 mil novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão ao ano no Brasil e 320 no Amazonas.
Um documento assinado por 46 entidades médicas, este mês, pede que a venda continue proibida, seguindo o que determina a resolução 46/2009, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A estimativa da Associação Médica Brasileira (AMB) é de que 650 mil pessoas no Brasil façam uso desse tipo de cigarro, a maioria, jovens.
“Além do câncer, os AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais), infartos e outras doenças cardiovasculares, podem ser provocadas pelos cigarros eletrônicos, além das Evali (lesões pulmonares ocasionadas pelos cigarros eletrônicos), que incluem as doenças alveolares agudas, as quais podem levar à morte. Para evitar que tenhamos uma epidemia, como ocorre nos Estados Unidos, a população também deve fazer sua parte, denunciando às Vigilâncias Sanitárias de seus municípios, as vendas proibidas”, disse Aristóteles Alencar.
O cardiologista reforça a necessidade da criação e massificação de novas campanhas de combate ao tabagismo e ao cigarro eletrônico, como forma de evitar o aumento dos indicadores negativos na saúde.
“A conscientização e o engajamento de instituições de combate ao fumo e ao câncer, como faz a Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), faz toda a diferença no processo educativo da sociedade, alertando sobre os malefícios desses produtos e as consequências do consumo em longo prazo”, concluiu.
Conheça a Lacc
A Lacc foi fundada há 64 anos e desenvolve ações sociais e educativas no Amazonas, através de recursos doados pela população.
Entre os projetos, estão: a destinação mensal de cestas básicas a pacientes com câncer, que se encontram em situação de vulnerabilidade social; o aluguel de quartos nas proximidades da FCecon, para acolher pacientes vindos do interior; o transporte de pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia; a aquisição de alimentação especial para pacientes com restrição alimentar, em decorrência do câncer; o custeio de passagens terrestres e fluviais aos que moram em outras cidades do Amazonas, entre outros.
Os principais canais de doação à Lacc são o portal institucional www.laccam.org.br, o whatsapp (92) 98484-5436 e o telefone convencional 2101-4900, além do PIX 04.499.182 0001-48 (Liga Amazonense Contra o Câncer – CNPJ).
*Com informações da assessoria
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