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Literatura

Escritora faz campanha para publicação de livro em Manaus

A obra da escritora amazonense narra a saga de uma canoa contadora de histórias

Manaus (AM) – A escritora amazonense Leila Plácido, de 36 anos, iniciou uma campanha de arrecadação para publicação do livro em fábula Apenas Uma Canoa nas Noites de Verão. O livro foi vencedor no edital Mais Cultura do Governo do Estado e, como contrapartida, também serão destinados às bibliotecas e escolas públicas do Amazonas, gratuitamente, 300 unidades do livro.

A campanha surgiu da necessidade de expandir o público, dado que o produto do edital não pode ser comercializado. Por isso, o financiamento coletivo para poder realizar a própria tiragem e a comercializar. Para conferir sobre a campanha acesse AQUI.

Obra 

O livro Apenas uma canoa nas noites de verão narra a saga da canoa contadora de histórias, que foi agraciada pela Sumaúma (a grande rainha das árvores da floresta) com a dádiva de continuar existindo. Apenas uma canoa nas noites de verão é mais que uma fábula, pode ser considerada também o começo de uma série de declarações de amor ao folclore nortista, que pretendem encantar crianças e adultos.

Baseando-se nas narrativas ribeirinhas e nas crenças dos povos originários da região Norte do Brasil, Leila cria um mundo onde uma canoa ribeirinha consegue contar e encantar. Ao Em Tempo, Leila Plácido falou um pouco mais da sua história.

As aquarelas do livro foram produzidas pela própria Leila Foto: Arquivo Pessoal

“Comecei a escrever criancinha, fazia as histórias mais mirabolantes e contava para a minha família, que sempre incentivaram e apoiaram essa criatividade. Como sempre gostei muito de ler, herança do meu pai, acredito que a escrita foi evoluindo naturalmente. Como sempre me cobrei bastante, era muito crítica com minhas histórias e julgo que isso até atrapalhou o meu desenvolvimento enquanto artista por um tempo. Nada do que eu fazia, sentia ficar bom, apesar de receber elogios da família e de desconhecidos também. Felizmente, isso mudou e comecei a publicar em várias plataformas”, lembra.

Em 2016, Leila foi convidada pela editora Lendari e lançou o primeiro livro impresso, o “Quase o Fim”, que narra uma distopia moderna a partir da perspectiva de uma adolescente amazonense em fuga com os pais e a amiga, numa tentativa de sobreviver ao caos que se instalou no mundo.

“Depois do Quase (2016), eu tive um bom hiato, fiquei alguns anos sem publicar formalmente. Porém, ganhei menção honrosa num concurso de contos da Revista Conexões Literárias com o conto de ficção científica ‘O Café da Rua Wells’ e segui publicando no Wattpad e nas minhas redes sociais”, conta.

“Como os poemas foram as minhas formas de expressão mais ativas, sempre mantive a publicação nas redes sociais e engavetei vários projetos até descobrir ter TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Hoje, já consigo finalizar esses projetinhos sem tantos problemas. Além do Quase, publiquei em e-book os livros infantis ‘A Menina que Viajou o Universo Sem Sair da Cama’ e o ‘Se Um Arco-íris Toca Numa Gárgula'”, continuou.

Segundo a escritora, tanto A Menina que Viajou o Universo Sem Sair da Cama, quanto o “Se Um Arco-íris Toca Numa Gárgula”, foram possíveis pelo edital prêmio Conexões Culturais – Lei Aldir Blanc de 2020. Esses dois títulos marcaram a estreia dela no universo da literatura infanto-juvenil, onde sempre foi uma fã confessa.

“Se escritora independente não é fácil em lugar algum, penso que todos os artistas independentes enfrentam as suas cotas de provações. Em Manaus, como ainda estamos caminhando no sentido de nos estabelecermos como uma cidade de leitores, essa tarefa é um pouco mais difícil, mas não impossível”, desabafa.

Leila lançou seu primeiro livro em 2016 Foto: Arquivo Pessoal

Inspiração

Leila Plácido contou sobre a inspiração para nova obra publicada e apontou a produção cultural que consumiu para a produção da fábula. “Sempre amei a canção ‘Saga do Canoeiro’, cantada por David Assayag e por Arlindo Júnior. Daí comecei a pensar como seria essa saga do ponto de vista da canoa e assim nasceu essa fábula”, pontua.

“Na narrativa, a Canoa nos leva ao seu mundo, contando a sua própria saga desde que era apenas uma semente até o momento que recebe uma benção da Sumaúma, quando é separada de seu tronco e, mesmo assim, continua a existir, com consciência de si mesma e de tudo que está em volta. E, assim, ela consegue suas histórias para os animais que se juntam a ela todas as noites”, comenta.

“A fábula trabalha não apenas questões ambientais e de sustentabilidade ao falar da relação do canoeiro, seu Chico, com a natureza, mas também sobre a transformação dos seres vivos, como todos somos úteis e temos nossos propósitos nessa terra e sobre perda e aceitação, como no próprio ciclo da vida”, detalha.

Campanha

A escritora explica no vídeo o processo para apoiar seu novo projeto literário

A campanha de financiamento coletivo já está ativa no site da Catarse. Dentre as recompensas, além de adquirir a sua edição dessa fábula, você ainda garante brindes exclusivos com valores promocionais apenas para a campanha. Com entrega prevista para o mês de agosto, as recompensas serão enviadas para todo o Brasil. Vale lembrar que para Manaus a entrega ocorrerá no dia do lançamento do livro, a ser divulgado no encerramento da campanha.

Na campanha de financiamento coletivo as pessoas investem no livro, ou seja, elas compram antes que tenha sido lançado e garantem um valor menor, além de brindes. A aquisição do livro começa em R$45 e vai até R$350.

Na opção de R$45 o financiador adquire o livro físico da fábula Apenas Uma Canoa nas Noites de Verão e ganha de brinde um marca página, um card com aquarela do livro, além do PDF no e-mail.

Na opção de R$110, são comprados o livro físico Apenas Uma Canoa nas Noites de Verão e mais o livro físico “A Menina que Viajou o Universo Sem Sair da Cama”, além dos brindes. Já na opção R$350, o financiador adquiri dez unidades do livro, com os brindes previstos, em duas modalidades: para si próprio e para doar.

Os brindes em madeira, previstos na campanha, foram todos comprados de artesãos locais.

“O apoiador escolhe a recompensa e faz o pagamento pelo próprio site Catarse, que é seguro. O pagamento não vem de imediato para as minhas mãos, é retido pela plataforma até que a campanha termine e atinja a meta, por isso a necessidade de alcançarmos o valor proposto. De início, estipulei uma meta de R$8.000,00 para arcar com os custos gráficos, de impressão, pagamento de imposto, envio e também a própria taxa do site”, explica.

Para ajudar no financiamento coletivo basta apenas acessar o site https://www.catarse.me/apenasumacanoanasnoitesdeverao/ .

Edição Web: Bruna Oliveira

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