O exército russo foi “reforçado por um batalhão de tanques” T-62, disse a administração militar da região de Zaporizhzhia, no leste da Ucrânia. O T-62 é um tanque que foi produzido entre as décadas de 1960 e 1970, no período da União Soviética. A inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido disse hoje que, “nos últimos dias, a Rússia provavelmente transferiu tanques de 50 anos” que estavam armazenados.
Para os britânicos, aliados dos ucranianos, “os T-62, quase certamente, serão particularmente vulneráveis a armas antitanque”. “Sua presença no campo de batalha destaca a escassez de equipamentos modernos e prontos para o combate na Rússia.”
Os equipamentos militares estariam vindo da península da Crimeia, território ucraniano que foi anexado pelos russos em 2014.
“A Rússia está transferindo suas forças. Não apenas tropas terrestres, mas também componentes aéreos e marítimos”, disse a administração militar de Zaporizhzhia.
Se a Ucrânia destaca a chegada de equipamentos antigos para o combate, o Ministério da Defesa da Rússia mostrou hoje imagens de canhões Malka, “projetados para resolver tarefas especiais”, como “supressão e eliminação de postos de comando especialmente protegidos, artilharia, morteiros, veículos blindados, áreas traseiras, mão de obra inimiga”. A divulgação acontece dois dias após a Ucrânia mostrar imagens de novos armamentos, enviados por países aliados, que começaram a ser usados em batalha.
Hoje, a guerra entrou em seu 93º dia com a Ucrânia prestando atenção em ataques na região de Lugansk, no leste do país, principalmente na cidade de Sievierodonetsk, onde “a luta pesada” continua nos arredores. “O centro regional está sendo destruído por artilharia e aviões”, disse hoje o serviço de emergências da Ucrânia.
Segundo Sergey Gaidai, governador da região de Lugansk, Sievierodonetsk está sendo atacada “de várias direções ao mesmo tempo”. Quatro pessoas morreram na parte mais antiga da cidade, disse Gaidai hoje.
Na avaliação dos britânicos, os russos estão “pressionando” a região de Sievierodonetsk, mas ressalta que a Ucrânia mantém o “controle de vários setores defendidos, negando à Rússia o controle total do Donbass”, citando área com separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.
Movimentos
O Ministério da Defesa da Ucrânia, em seu relatório de hoje, indicou a importância de “reforçar a proteção” na fronteira do país com Belarus, aliado da Rússia. Segundo os ucranianos, a permanece a ameaça de ataques com mísseis a partir do território belarusso.
Nos arredores de Slobozhansky, que fica na região de Dnipropetrovsk, leste da Ucrânia, a Defesa do país disse que “o inimigo está treinando pessoal para o reabastecimento de unidades de infantaria motorizada, tanques e artilharia”. “Inflige danos de fogo e mina remotamente a área nas rotas de possível desdobramento de unidades de nossas tropas.”
O governo da região de Dnipropetrovsk confirmou hoje novos ataques contra a região, com “grave destruição”.
Em seu relatório de hoje, o Ministério da Defesa da Rússia disse ter derrubado um caça MiG-29, da Força Aérea Ucraniana, na região de Odessa, sul do país. Os russos também anunciaram ter realizado ataques com mísseis contra a região de Donetsk, no leste.
Sistema de lançamento
A Ucrânia reforçou hoje o apelo aos Estados Unidos para receber equipamento MLRS, sigla para sistema de lançamento múltiplo de foguetes. Segundo o chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia, Andriy Yermak, esse equipamento “ajudará a parar a invasão russa e obter uma vantagem tangível na frente (de combate)”.
“Precisamos deles para ontem, bem como sistemas de defesa aérea, tanques e outras armas, que estamos pedindo para parar a ofensiva russa e libertar os territórios temporariamente ocupados”, disse Yermak.
Ontem, o governo americano não indicou se irá fornecer o equipamento, mas concordou com a Ucrânia sobre a “luta no Donbass” ser “fortemente dependente de fogos de longo alcance”.
Yermak também disse que “a ameaça da Terceira Guerra Mundial existe”. “Mas pode ser evitada se derrotarmos militarmente a Rússia em nosso território, aumentando a pressão sobre a economia do agressor.” Segundo ele, é preciso “tomar decisões mais rápido, para não perder tempo”, comentando que a Ucrânia tem pagado “com a vida das pessoas e cidades destruídas”.
*Com informações o Uol
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