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Caso Silvanilde

“Foi uma surpresa”, diz advogada da família de Silvanilde sobre prisão de agente

Em entrevista exclusiva ao Em Tempo, a advogada revela que não imaginavam que alguém que trabalhava no condomínio seria o autor do crime

Manaus (AM) – A prisão e confissão de Caio Claudino de Souza, de 25 anos, que afirma ter matado a servidora Silvanilde Ferreira Veiga, de 58 anos, pegou de surpresa os advogados da família da vítima, que não esperavam que o agente de portaria do prédio pudesse ter cometido o crime no sábado (21).

A advogada se surpreendeu com a revelação. Foto: Marcos Holanda

De acordo com a advogada Talita Lindoso, a autoria de Caio ao assassinato pegou a todos de surpresa, inclusive a equipe que representa a família. Em entrevista exclusiva ao Em Tempo, ela revela que não imaginavam que alguém que trabalhava dentro do condomínio pudesse ter cometido o crime.

“Nós recebemos a informação junto com toda a população. Nós não tínhamos a menor ideia de que pudesse ser o vigia ou o agente de portaria, que naquele momento estava atuando como vigia. Então nós não tínhamos ideia. Foi uma surpresa, foi um choque também para gente. Porque realmente só tivemos esse conhecimento quando divulgaram as imagens e vimos que teria sido ele. Então nós não tínhamos essa suspeita”, conta Talita.

Sobre a filha de Silvanilde, a nutricionista Stephanie Veiga, a Talita relatou que a jovem ainda está em estado de choque e ainda assimila o desfecho do que teria acontecido com a sua mãe.

“A Stephanie ainda está em um momento de choque, que eu acho que tem sido a primeira oportunidade dela de começar a entender esse luto, começar a processar a perda daquela que ela tinha como centro da sua vida que era sua mãe”,

relata a advogada.

O crime aconteceu em local que era considerado seguro, no conforto de seu lar, que foi cometido por um motivo fútil e “por um acaso”.

“O que choca nesse crime é que estamos falando de alguém que estava no conforto do seu lar. Que estava trabalhando, que estava, em tese, em um local seguro. Nós estamos falando de um condomínio de alto padrão. Não estamos falando de uma casa que não tem segurança”.

O caso ganhou grande repercussão na capital amazonense e muitos davam como certa a participação de Stephanie Veiga, filha de Silvanilde, no crime. A acusação, agora provada que sem fundamento, poderá trazer consequências para aqueles que acreditaram que a jovem estava envolvida no caso.

“Mas fato é que todas as pessoas, que de maneira leviana, que de maneira irresponsável, teceram qualquer tipo de comentário nas redes sociais, veicularam qualquer tipo de informação com o cunho difamatório, calunioso, estão passíveis de responder cível e criminalmente pelas suas ações. E isso cabe tanto para veículos de comunicação quanto de pessoas particulares que comentaram ou veicularam nas suas próprias redes sociais”, declarou a advogada para o Em Tempo.

Veja a entrevista completa:

O crime

De acordo com as investigações, Silvanilde saiu do apartamento de onde mora para ou deixar um lixo, ou ir em seu veículo pegar algo e, nesse momento, foi abordada por Caio, que afirmou em depoimento que persuadiu a vítima para entrar no apartamento alegando que iria olhar o quadro de luz da unidade.

“Por que chegamos a essa conclusão? Porque ela não estava arrumada, estava muito à vontade, claramente com roupas de quem estava em sua residência. Então ela saiu muito rapidamente, foi a hora que o Caio chegou nesse andar”, apontou o delegado.

Caio contou em depoimento que viu Silvanilde fazendo o uso de seu celular, um modelo IPhone 11, e como ele estava em busca de algo para roubar, viu uma oportunidade.

“Ele viu ela fazendo o uso do aparelho celular e foi quando ele tentou roubar esse celular. Colocou ela para dentro do apartamento e lá eles entraram em luta corporal. Ele afirma que foi apenas um golpe, mas não nos convenceu porque ela estava muito machucada”, conta o delegado.

Às 22h, a filha de Silvanilde, Stephanie Veiga, recebeu uma mensagem de SOS vindo do celular da mãe. O alerta assustou a nutricionista, que se deslocou até o apartamento, onde as duas moravam, e encontrou Silvanilde morta, em uma poça de sangue.

Edição Web: Bruna Oliveira

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