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Buscas

Equipes policiais vão reforçar buscas por indigenista e jornalista inglês desaparecidos no AM

Os dois já eram alvos de ameaça em campo, segundo entidade. Buscas são acompanhadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Funai

Manaus (AM) – As buscas e investigações acerca do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, contarão com o reforço de equipes policiais especializadas para o município de Atalaia do Norte (distante a 1137 quilômetros de Manaus). A determinação foi dada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.

Em nota, o órgão informou que o titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia Civil (DIP), delegado Alex Perez, montou uma força-tarefa entre as polícias Militar e Civil, além de voluntários para intensificação das buscas na região, que já foram iniciadas.

A SSP-AM está tomando todas as medidas cabíveis para auxiliar na elucidação do caso, em colaboração ao Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Funai.

O caso

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) informou nesta segunda-feira (6), os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI, no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.

Os dois chegaram no local de destino (Lago do Jaburu) na última sexta-feira (3), às 19h25. No domingo (5), eles estavam retornando para a cidade de Atalaia do Norte. Antes, porém, pararam na comunidade São Rafael – visita previamente agendada para que o indigenista Bruno fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território bastante afetada pelas intensas invasões.

Conforme a nota da Univaja, pelo que consta nas informações trocadas, via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram na comunidade São Rafael por volta das 6h, onde conversaram com a esposa do “Churrasco”, visto que este não estava na comunidade, e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 8h
da manhã na cidade, o que não ocorreu.

Às 14h, saiu de Atalaia do Norte uma primeira equipe de busca da Univaja, formada por
indígenas extremamente conhecedores da região. A equipe cobriu o mesmo trecho que Bruno Pereira
e o jornalista Dom Phillips supostamente teriam percorrido, passando, inclusive, pelos ‘furos’ do rio
Itaquaí, mas nenhum vestígio foi encontrado. A última informação de avistamento deles é da
comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael –, com relatos de que avistaram o barco
passando em direção a Atalaia do Norte.

Às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando
ao mesmo local, mas novamente nenhum vestígio foi localizado.

“Ressalte-se que Bruno Pereira é pessoa experiente e profundo conhecedor da região, pois
foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos. Os dois desaparecidos viajavam
com uma embarcação nova, 40 HP, 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem, e 7 tambores
vazios de combustível”, diz um trecho da nota.

Ameaças

Ainda segundo a entidade, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. “A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Unijava, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, finaliza a nota.

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