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Denúncia

“Amazonas Energia tenta economizar, mas prejudica a população”, diz líder comunitário de Manaus

A concessionária obteve permissão judicial para instalar os novos medidores. Moradores protestam contra a empresa

Líder comunitário denuncia a poluição ambiental decorrente da instalação inadequada de fios elétricos em postes - Foto: Arquivo pessoal

Manaus (AM) – Moradores de diversas zonas de Manaus se mobilizam no movimento “Em Defesa do Povo”. O objetivo é denunciar os serviços de energia elétrica oferecidos pela concessionária Amazonas Energia. Conforme o líder comunitário Luiz Coderch, muitos moradores são contra a instalação de medidores. Além disso, também denunciam o atendimento ao cliente fornecido pela concessionária.

De acordo com o líder comunitário do Núcleo 14, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, o movimento tem como objetivo impedir a instalação do novo Sistema de Medição Central (SMC) nos postes dos bairros da cidade. Para ele, o sistema fere a relação entre o consumidor e a empresa, pois há diversas irregularidades na instalação da máquina.

“Eles estão mal instalados, segundo o manual de instruções [do medidor], deveriam usar o fio de cobre. A caixa que eles estão colocando, que é aquele equipamento que fica na casa do cliente, deveria ser de policarbonato, que é um plástico. Eles estão colocando dentro de caixa de metal, o que vai contra o manual de instruções”,

explica Luiz.

Medidor em volta de caixa de metal. Foto: Arquivo pessoal

Por causa da instalação realizada pela Amazonas Energia, que utiliza materiais não recomendados pelo manual de instrução do medidor, como o uso do fio de alumínio, em vez do fio de cobre, há o aquecimento do fio de alumínio. De acordo com Luiz, esse sobreaquecimento provoca um aumento na tarifa de energia.

“Na realidade, não é o medidor em si [que encarece a tarifa], mas é a forma da instalação. A Amazonas Energia tenta economizar de um lado e prejudica a população. Não colocam o fio de cobre porque eles tentam economizar dessa forma, só que é um sistema que não funciona para nossa região, tendo em vista que a nossa região é muito quente”,

afirma.

Outro ponto levantado pelo líder comunitário é a respeito das fragilidades na instalação do medidor em relação à fiscalização. “A gente não pode fiscalizar, pois o equipamento fica lá no poste”, conta.

O líder comunitário também ressalta que a tarifa de energia elétrica de Manaus é uma das mais caras do Brasil. Ao mesmo tempo, lembra que a capital fica localizada em uma região com grande disposição de bacias hidrográficas. Outra questão que o movimento “Em Defesa do Povo” denuncia é a poluição visual.

“Nós temos um plano diretor ambiental que proíbe a colocação de placas, proíbe a colocação de equipamentos que causam poluição visual inclusive. Esse equipamento deles é o que mais causa poluição com um monte de cabo espalhado pela cidade”, observa.

Em relação ao atendimento ao cliente, Luiz critica a forma como a empresa aborda e trata a população. “São péssimos os atendimentos ao cliente. Um exemplo claro do atendimento ao cliente é o que ocorreu quando nós estivemos na Câmara dos Vereadores. Um dos diretores da Amazonas Energia faltou com respeito com um dos vereadores, o William. Isso mostra a falta de respeito da Amazonas Energia com as pessoas”, disse.

CPI da Amazonas Energia

Após oito meses dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia, o relatório-final foi entregue para o presidente do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AM), Jalil Fraxe.

O documento aponta diversas adequações de irregularidades que foram identificadas pela CPI na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

O presidente da CPI da Amazonas Energia, o deputado estadual Sinésio Campos, apresentou também uma cartilha cidadão que orienta a população de Manaus.

“Estou aqui agradecendo pessoalmente ao Jalil e à equipe do Procon-AM, que, em nenhum momento, negou apoio técnico para a CPI”, disse o parlamentar.

Entre os principais irregularidades discutidas na CPI do Amazonas, estão a cobrança de altos preços abusivos pelos medidores, cortes de energia durante a pandemia, ação proibida pela legislação, e a falta de manutenção elétrica.

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