Manaus (AM) – Celebrado em 9 de junho, o Dia Mundial da Imunização chama a atenção para a importância das vacinas no âmbito da saúde individual e coletiva; uma poderosa ferramenta de proteção que salva mais de 3 milhões de vidas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mesmo assim, dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) mostram que a cobertura vacinal do Amazonas está em queda há três anos consecutivos. Enquanto, em 2019, o Estado registrou 79,80% de proteção com as vacinas do PNI, em 2020 (início da pandemia de covid-19), esse percentual caiu para 65,14%, chegando a 60,16% em 2021.
O cenário no Amazonas não é muito diferente do que se vê nas demais áreas do país. Ainda segundo os dados do SI-PNI, a cobertura vacinal do Brasil em 2019 foi de 73,44%. Em 2020, caiu para 66,93%; e em 2021 foi para 59,22%, percentual ainda muito abaixo do mínimo considerado para uma cobertura vacinal, 75%.
Um artigo na revista Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), republicado pelo Ministério da Saúde, aponta que a queda na cobertura vacinal do país tem ao menos nove razões. Dentre elas, a falsa percepção da população de que algumas doenças foram erradicadas para sempre e que não haveria necessidade de imunização.
“Muitas pessoas ainda têm a visão errônea de que as doenças sumiram, que não vão retornar. Pelo contrário, no momento em que a cobertura vacinal cai, como agora, a gente vê essas doenças ocorrerem novamente, como é o caso do sarampo aqui no Amazonas”, diz o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Eduardo Donini.
Demanda
Atualmente, há 19 vacinas disponíveis no PNI aplicadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, nem todas são oferecidas a todos os públicos e faixas-etárias, a exemplo do que ocorre com a vacina contra o HPV (quadrivalente). Daí a importante colaboração da rede privada, como clínicas e farmácias, onde a oferta de imunizantes não sofre esse tipo de limitação.
“A procura pela vacinação em nossa rede, neste momento, tem sido principalmente pela vacina tetravalente (contra a gripe), mas as doses da hexavalente, pneumocócica 13-valente, meningocócica B e meningocócica quadrivalente (ACWY) também são muito demandadas”, comenta o farmacêutico. Ele acrescenta que, de modo geral, somando todos os imunizantes aplicados no primeiro trimestre do ano, a procura pela vacinação aumentou cerca de cinco vezes mais na drogaria.
A maior demanda pela vacina da gripe na rede privada de saúde reflete como a população enxerga o aumento de casos no país. Somente nos três primeiros meses de 2022, o Brasil registrou mais da metade de todos os casos de influenza notificados em 2021, conforme dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde. O mais preocupante é que todos estão sujeitos aos vírus causadores da gripe, que pode inclusive desencadear patologias mais graves, como a pneumonia, por isso é tão importante a vacinação periódica.
Outras opções
Além da oferta de alguns imunizantes para faixas-etárias não atendidas pelo sistema público, as farmácias também dispõem de vacinas que não fazem parte do PNI, mas que são igualmente importantes para a prevenção de doenças que podem inclusive matar. É o caso dos imunizantes contra dengue, meningite meningocócica B, febre tifóide, hepatite A; difteria (doença bacteriana), tétano e coqueluche, entre outras.
Vale destacar, porém, que para os imunizantes não disponíveis no SUS, é necessário apresentar receita médica.
“Há uma grande necessidade de melhorar a cobertura vacinal do país, e as drogarias são um ponto de referência e fácil acesso para esse objetivo. Estamos vendo os casos de sarampo crescerem muito este ano, e sabemos que essa é uma das doenças evitáveis com a vacinação das crianças”, reforça Donini, destacando que os profissionais da Santo Remédio são capacitados para a realização da vacinação, inclusive, com curso técnico específico e registro de habilitação nessa área.
*Com informações da assessoria
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