MANAUS (AM) – No Dia Mundial da Terceira Idade, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e comemorado nesta sexta-feira (1º), o objetivo é sensibilizar a população para a necessidade de cuidar das pessoas que se enquadram na faixa etária a partir dos 60 anos. Pesquisas apontam que os sintomas de depressão atingem cerca de 15% dessa população. Quando se trata de idosos hospitalizados ou que moram em abrigos, o índice sobe para 22%.
A professora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Teresa, Larissa Leite Barboza, ressalta que, muitas vezes, ao se referir ao envelhecimento, as pessoas tendem a considerar que esse é um período muito distante da vida e que, portanto, não precisam pensar sobre isso no presente.
Esse distanciamento, diz ela, é resultado de uma visão pejorativa que a grande maioria tem do envelhecer, desenvolvida prioritariamente no mundo ocidental, como se ao chegar aos 60 anos um interruptor é acionado e o corpo passa a apresentar apenas declínios e adoecimento. “Essa visão equivocada faz com que não nos preparemos adequadamente para esse período, enquanto estamos na vida adulta. Faz também com que aqueles que já estão nessa fase sintam-se constantemente preocupados ou tensos ante à potencial perspectiva de perder sua independência e qualidade de vida”, destacou.
Segundo Larissa Leite, quando as pessoas passam a enxergar o idoso como se não tivesse mais o que acrescentar na sociedade, estão contribuindo para o adoecimento psicológico dele. “O idoso se vê diante de uma morte metafórica: não mais toma decisões por si mesmo, não é mais visto como produtivo, não é olhado como saudável, não é acolhido como cidadão que tem direito de usufruir de benefícios e aparatos sociais”, reforçou.
Para evitar que tantos idosos apresentem doenças como a depressão, é preciso compreender que essas pessoas fazem parte da sociedade. Isso, conforme ela explica, é sempre destacado em sala de aula, para os alunos de Psicologia da Faculdade Santa Teresa, instituição que funciona na rua Acre, 200. Nossa Senhora das Graças. “Cabe aos jovens ser o suporte necessário para que os idosos se desenvolvam, estejam amparados e consigam ter qualidade de vida”, afirmou.
De acordo com a professora, os declínios podem acontecer com o tempo, mas isso não significa que a pessoa idosa perca seus direitos e capacidade de lidar com as situações.“
Os idosos possuem uma visão de mundo que ninguém mais tem. Passaram por situações e eventos que ajudaram a moldar o ambiente em que todos vivem hoje. Eles têm sonhos, ambições, vontades, fé, hobbies, exemplos e histórias. É por isso que existem tantos idosos tentando se reinventar, voltando às faculdades e interagindo com tecnologias cada vez mais sofisticadas“
, ressaltou.
A depressão, em qualquer fase da vida, pode prejudicar muito a qualidade de vida. Em idosos, isso tende a se intensificar. A doença, de acordo com Larissa Barboza, pode interferir em aspectos físicos, já que o idoso irá perder a vontade de praticar exercícios, se alimentar, participar de programas sociais, entre outras coisas. “A atenção da família e amigos é muito importante, tanto para identificar os sintomas, quanto para ajudar a sair do quadro depressivo. Não minimize a questão como se fosse algo da idade. É muito importante procurar ajuda especializada”, orientou.
*Com informações da assessoria.
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