A taxa básica de juros (Selic) em 13,25% ao ano encareceu muito o crédito e as prestações ao consumidor final, adiando os planos de muita gente de comprar um bem financiado, como um veículo, alertam os especialistas.
No caso de quem pensa em comprar um carro popular, por exemplo, a conta fica bem salgada: hoje, o comprador teria que desembolsar quase R$ 10 mil a mais do que no ano passado para adquirir um automóvel popular. Vale lembrar que, em março de 2021, a Selic estava em 2,65% ao ano. Esta taxa serve de base para os juros cobrados pelo mercado em empréstimos e financiamentos.
Em termos de números médios, a taxa de juros mensal média das instituições financeiras, em março do ano passado, era de 1,64% ao mês (21,88% ao ano). Atualmente, a média (já considerando o mês de junho) é de 2,17% ao mês (29,79% ao ano).
Isso encarece bastante o financiamento e torna as prestações mais elevadas. Em geral, a tabela mais comum para o financiamento de veículos é a Price, que tem o valor da parcela constante — explica o economista Caio Ferrari, professor do Ibmec RJ.
Ele conta que, em março do ano passado, olhando os juros mais baixos (patamar mínimo), era possível financiar um automóvel a 0,85% ao mês (10,74% ao ano). Atualmente, a taxa mais baixa que o consumidor encontra é de 1,16% ao mês (14,91% ao ano).
Como exemplo, podemos olhar para um financiamento de R$ 50 mil pelo prazo de 48 meses. Em março de 2021, em média, a prestação ficaria por volta de R$ 1.500, com um custo total de R$ 72 mil. Atualmente, o mesmo financiamento teria uma prestação de R$ 1.700, em média, com custo total de R$ 81 mil, aproximadamente.
“Isso significa que o consumidor pagaria uma diferença de R$ 200 na prestação e de quase R$ 10 mil no valor total. Ainda se olharmos para as taxas mínimas do mercado, a diferença é significativa, de aproximadamente R$ 100 a mais todo mês na prestação e de R$ 5 mil a mais de custo do financiamento.
, pontua Ferrari
O recomendável, diz Ferrari, é aguardar a queda dos juros e o retorno da tabela de carros a um patamar viável para que se possa adquirir o automóvel.
*Com informações do IG Economia
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