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Manifestação

Manifestação na FEI manteve servidores como reféns, revela funcionária

Entre as reivindicações, manifestantes pedem a exoneração do atual presidente, Zenilton de Souza

Manaus (AM) – Uma manifestação organizada por indígenas representantes dos povos tradicionais no Amazonas está acontecendo, desde o último domingo (3), na sede da Fundação Estadual do Índio (FEI), localizada na Avenida Torquato Tapajós, bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus. Segundo uma funcionária revelou, com exclusividade, ao Em Tempo, funcionários ficaram como reféns.

Entre as reivindicações, manifestantes pedem a exoneração do atual presidente, Zenilton de Souza, da etnia Mura.

Os manifestantes afirmam que não há respostas para as solicitações de projetos e demandas, mesmo que recursos tenham sido aprovados para os povos. Os recursos mencionados são os R$ 10 milhões liberados pelo Governo do Amazonas em fevereiro deste ano. Além destes, eles alegam que outras necessidades também não são atendidas pela FEI, deixando os povos do Alto Rio Negro, baixo Amazonas, médio e alto Solimões sem respostas.

Uma funcionária da fundação procurou a reportagem para denunciar que os indígenas estão fazendo os funcionários da instituição como reféns desde às 8h da manhã.

De acordo com as informações dadas pela funcionária, os indígenas chegaram ao local e logo trancaram funcionários nas salas da fundação, mas afirmaram que não queriam machucar ninguém, só queriam a exoneração de Zenilton Mura. Os manifestantes estão acampados no prédio e tudo indica que ficarão por lá até que seja dada uma resposta do governador do Amazonas.

“O que acontece é que eles querem a demissão do presidente para assumir um que eles decidiram que seja o presidente. Mas, a gente sabe que não funciona assim. Então, eles mantiveram a gente (como refém) o dia inteiro e por volta de 13h já tinha acabado a água e a gente não almoçou. Nisso, eles falaram que iriam liberar a gente aos poucos e assim aconteceu”,

relatou a funcionária.

Procurado pela reportagem, o presidente da entidade se recusou a responder sobre o assunto e afirmou que as manifestações não passam de ataques políticos contra ele.

Acusações

Zenilton Mura assumiu a fundação em dezembro de 2021 e, em março de 2022, foi acusado por estuprar uma pesquisadora de 31 anos. A vítima registrou boletim de ocorrência no 20° Distrito Integrado de Polícia (DIP), no dia 9 de março, e relatou à polícia que Zenilton Mura a adicionou no Facebook com o intuito de apresentar seu projeto ao governador do Estado, Wilson Lima.

Porém, quando ela chegou em Manaus, ele a levou para sua casa, onde a obrigou manter relações sexuais sem preservativos e sem o seu consentimento. A vítima relata também que, no dia seguinte após o crime, pediu ajuda para ir à uma clínica médica a fim de tomar medicamentos para vítimas de estupros, onde foi medicada.

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