A Floreta Amazônica, região mais rica em biodiversidade do planeta ainda nos reserva muitas surpresas, pois ainda há espécies nativas na mata a serem estudadas e que não foram sequer mapeadas.
Esse é o caso da Tovomita cornuta, um novo tipo de planta, de tamanho pequeno, com frutos, que habita locais de vegetação densa, geralmente próximo a um raso curso d’água.
A descoberta, divulgada pela Agência Bori, foi feita por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Região de Manaus, Presidente Figueiredo e São Sebastião do Uatumã
A espécie foi encontrada em Manaus e nos municípios vizinhos de Presidente Figueiredo e São Sebastião do Uatumã, em florestas de campinarana, regiões de menor porte que a floresta amazônica, chamadas popularmente de “caatinga” (seu solo é arenoso e pobre em nutrientes).
” A descoberta de uma nova espécie, ainda mais em áreas próximas a centros urbanos nos demonstra que que ainda há muita biodiversidade a ser encontrada e estudada na região”, disseram os pesquisadores
Uma delas é a praia de Ponta Negra, um dos metros quadrados mais caros de Manaus, classificada pelos pesquisadores como uma região “fortemente impactada pela expansão urbana desordenada associada ao desmatamento”.
Já a outra área de ocorrência da nova espécie fica em Balbina, próxima a hidrelétrica de mesmo nome, considerada um dos maiores desastres socioambientais da Amazônia. As outras duas localidades ficam nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé e de Uatumã.
Para os pesquisadores Layon Demarchi, Maria Teresa Piedade e Lucas Cardoso Marinho, a descoberta reforça o fato de que grandes áreas da Amazônia ainda foram pouquíssimo amostradas, o que revela a importância de investimentos em ciência de base e no fortalecimento das instituições de pesquisa regionais.
Diversidade de Plantas da Amazônia
Um estudo liderado por brasileiros em 2017 demonstrou que a diversidade de plantas da Amazônia compreende 14.003 espécies de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas). A maioria (52%) são arbustos, cipós, trepadeiras, epífitas e ervas rasteiras, mas as árvores majestosas estão representadas entre as 6.727 espécies catalogadas.
O trabalho foi idealizado e coordenado pelo botânico Domingos Cardoso, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, e publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.
O inventário de espécies abrange as regiões da Floresta Amazônica nas cotas entre o nível do mar e os 1.000 metros de altitude, nos seguintes países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, nas duas Guianas e no Suriname.
Redução
A constatação de que existem 6.727 espécies de árvores nativas da Amazônia representa uma redução fenomenal frente às estimativas recentes baseadas em extrapolação estatística, segundo as quais se julgava que a Amazônia contaria com até 16.200 espécies de árvores.
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