Manaus (AM) – Em menos de três meses para as eleições, um homem bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e assassinou o aniversariante, membro do PT e guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, de 50 anos, em Foz do Iguaçu, na noite do sábado (9). O caso de violência e homicídio acende um alerta sobre o clima das eleições deste ano, e preocupa os parlamentares do Amazonas.
Conforme o deputado federal Zé Ricardo (PT), a questão da intolerância política tem atingido níveis significativos, que são expandidos, inclusive, para as redes sociais, as quais são espaços e palco de ataques. O parlamentar relembra também outras violências que o PT tem sofrido nas últimas semanas, como o lançamento de bomba de fezes e urina em manifestação do partido em Belo Horizonte, porém enfatiza que os ataques não se restringem apenas ao PT.
“Esse ódio racista já não é somente contra o Partido dos Trabalhadores. Está se tornando uma luta contra a humanidade e o direito de se manifestar, de pensar, e de ser. Cobramos das autoridades ações efetivas, de prevenção e combate à violência religiosa, política e aos direitos humanos e liberdade de expressão. É crime, é inaceitável! Precisamos de democracia, de diálogo, de tolerância e de paz”,
disse Zé Ricardo.
O deputado critica as manifestações do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras autoridades do governo, pois, para ele, elas incitam e estimulam atitudes agressivas por parte dos apoiadores bolsonaristas contra grupos opositores, como aconteceu neste final de semana em Foz do Iguaçu.
“Escalada de ódio e de intolerância no Brasil que está diretamente ligada à atuação do presidente Bolsonaro e membros de sua equipe, que estimulam o discurso de ódio e o desrespeito às leis e aos direitos das pessoas. E que está se intensificando com a campanha política, podendo fazer mais vítimas”,
afirmou o deputado.
Já o senador Plínio Valério (PSDB) lamentou a escalada de intolerâncias políticas que se espalham no país. O parlamentar também ressaltou a importância da condenação daqueles que praticam a violência. “Esse clima de nós e eles que parece está cada vez mais se acentuando, nos deixa temerosos. Isso não pode se repetir e deve merecer por parte de todos nós, repúdio é condenação.
Nas redes sociais, alguns parlamentares também se posicionaram a respeito do ataque contra o membro do PT. Um deles foi o senador Eduardo Braga (MDB) que manifestou repúdio ao ódio e radicalismo diário.
“É preciso banir o ódio e o radicalismo do nosso dia a dia. Conviver com as diferenças, de forma civilizada, é essencial numa democracia. O resto é barbárie, é selvagerismo. Meus sentimentos aos familiares e amigos”,
publicou nas redes sociais.
O senador Omar Aziz (PSD) lamentou em suas redes sociais que duas famílias foram diretamente afetadas por um crime incitado pelo ódio.
“Triste ver o que o discurso de ódio tem provocado em nosso país. Duas famílias destroçadas pela intolerância e desrespeito à vida. O que aconteceu em Foz do Iguaçu é muito grave. Não podemos permitir que essa escalada de violência motivada por divergências políticas continue. Meus sentimentos às famílias enlutadas”, pontuou.
Urgência de debates
Em um cenário de desestabilidade política, econômica e social, o qual o país se encontra nos últimos anos, o cientista político Carlos Santiago analisa ser necessário trabalhar, nestas eleições, em uma perspectiva de debate de ideias e de propostas.
“A violência não faz parte de um país que precisa e que busca soluções para os seus problemas, principalmente para consolidar sua democracia. É intolerante qualquer tipo de embates de violência que não seja um debate em torno de ideias e de propostas para melhorar o país”,
explicou o cientista político.
Para o cientista político Helso Ribeiro, as campanhas eleitorais deste ano serão marcadas pelo clima de intolerância, o qual é fundado na dicotomia entre grupos que olham o universo político como uma briga do “bem” contra o “mal”.
“A gente observa, há quatro anos, um pouco antes das eleições passadas, que já existia um clima maniqueísta. A luta de bem contra o mal, que na verdade isso não existe. Uma sociedade democrática demanda o respeito ao diverso. Ela demanda a tolerância, e ela pede a busca do consenso”, disse Helso Ribeiro.
A narrativa do “bem” contra o “mal”, estimulada pelo governo, conforme Helso, impõe a prática de discursos como a “política de resolver na bala” contra os adversários.
“Então, eu eu diria que os atuais ocupantes do poder eles não desceram do palanque, insistem nesse diálogo de “quem não está comigo, está contra”, é o mal, e é o inimigo, e não é um adversário. Isso gera essa essa política de resolver na bala. Na verdade, o símbolo de arminha, como objeto para defender, já impõe essa pouca tolerância. Acho que a gente tem que amar mais e armar menos”, afirmou.
Helso analisa que, diante do ex-presidente Lula na frente das pesquisas, haverá o recrudescimento do clima de intolerância.
“Eu espero que não haja outros casos parecidos que comine na morte de pessoas, isso aí é a involução civilizatória. Eu espero que as instituições sejam respeitadas e as pessoas sejam respeitadas também. Eu adoraria que casos como esse não se repetissem, mas eu vejo, infelizmente, que o caminho da intolerância talvez seja a tônica da campanha eleitoral o que é lastimável”.
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E fácil agora culpar uma pessoa por um erro , se ele errou e feio , mais podemos esquecer Bolsonaro levou uma facada , as pessoas não se podem dizer que são apoiadores de direita , que logo sao chamadas de racistas homofóbicos e aquele discurso dia a dia , só não podemos esquecer quem provoca a injustiça no Brasil e um partido que , quer soltar presos , que e capaz de matar e jogar a culpa em outras pessoas e principalmente não valoriza a vida mais sim o aborto a liberação de drogas , seu Zé Ricardo na verdade vcs usam essa divisão sempre para se promover