No dia 13 de julho é lembrado o Dia mundial do TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Essa condição está relacionada ao neurodesenvolvimento e tem seus sintomas mais evidentes no período escolar. Afeta de 5% a 8% das crianças no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o TDAH é classificado como leve, moderado e grave, dependendo do grau de sintomas apresentados. Seu diagnóstico é baseado em seis ou mais comportamentos relacionados à desatenção e hiperatividade e/ou impulsividade, que afetam diretamente nas atividades sociais, acadêmicas e profissionais persistentes por mais de seis meses. Para o psicólogo Vinicius Terra Loyola, membro da Doctoralia, principalmente na época escolar, por volta dos 3 ou 4 anos, a criança leva uma vida um pouco diferente das outras. “É necessário que as professoras tenham preparo para isso. Infelizmente os professores que não têm preparo acabam se irritando com as crianças por demandar mais atenção. Sendo assim, com o passar do tempo, a mesma começa a ser rotulada na escola e sofre preconceito”, afirma. Segundo Vinicius, quando falamos de uma criança com TDAH, a perda de atenção com facilidade não está relacionada a não gostar da atividade, e sim por não ter controle sobre isso. “Existem tratamentos para o TDAH. São trabalhos feitos por nós, psicólogos, para conseguirmos manter a atenção da criança como técnicas meditativas e o estímulo do olfato, tato e visão”, completa. Caso não seja tratado ainda criança, o problema pode trazer consequências na vida adulta. “Dificuldades acadêmicas e executivas, além da procrastinação, são sintomas muito presentes em TDAH e amplamente ignorados na fase adulta. O TDAH tem 4 pilares: Hiperatividade, Desatenção, Impulsividade e Dificuldades Executivas, sendo essa última muito presente na vida adulta e pouco percebida”, afirma o psicólogo e membro da Doctoralia, Domingos Fernandes. Além dos problemas citados, também é frequente que se encontrem adultos com TDAH não tratado. “É comum desenvolverem depressão, ansiedade, baixa autoestima, baixa tolerância à frustração, grande irritabilidade e manejo deficiente da modulação do afeto, o que causa muitos conflitos relacionais na família e na sociedade”, afirma a psiquiatra e membro da Doctoralia, Angela Beatriz Mercado Acevedo, Quando uma criança demonstra dificuldade de se concentrar em uma situação, por exemplo na escola, não necessariamente deve ser tratado como TDAH. Segundo Domingos, há muitos motivos para uma criança não manter a atenção, como a qualidade do estímulo. “Existem níveis diferentes e há testes que se prestam a apurar esses níveis. Como dito, a falta de atenção ou uma agitação psicomotora não são marcadores de TDAH, uma vez que é natural que as crianças tenham energia e não se interessem por muitos estímulos. É necessário um diagnóstico diferencial, para isso um profissional qualificado, como um neuropsicólogo, é fundamental”, completa. A maior parte de dados sobre TDAH é tradicionalmente direcionada ao gênero masculino, pois em tese somariam 80% dos portadores. Entretanto, há algum tempo, pesquisadores têm chamado a atenção quanto à expressão do transtorno para as diferenças entre homens e mulheres. Alguns autores vêm se dedicando ao estudo específico do TDAH em meninas e mulheres, que são diferentes daqueles que os homens enfrentam. No geral, meninas são menos propensas à hiperatividade, mas também podem apresentar. “O diagnóstico pode não ser realizado porque as evidências sociais do quadro são reduzidas, mas existem outros sintomas que podem evidenciar, como ser falante demais, impaciente e intolerante. Os sintomas aparecem na mesma faixa etária, mas em moldes um pouco diferentes”, afirma Domingos. |
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