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Editorial

Estado brasileiro ausente da Amazônia

O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips não foi suficiente para expor as chagas da ausência do Estado brasileiro na região amazônica

Foto: Divulgação

Ao que parece, o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips não foi suficiente para expor as chagas da ausência do Estado brasileiro na região amazônica, sobretudo no Amazonas, onde o crime organizado se fortalece em cada dia e avança com mais celeridade do que poderiam imaginar os cidadãos de bom senso.

Tal é o quadro que ameaça a região com a nova investida de grupos de garimpeiros no Vale do Rio Madeira. Em hora oportuna, o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) denunciou a nova invasão em forte discurso pronunciado da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã de ontem.

Na visão de Serafim, o esquema da ação nefasta envolve os chamados “piratas dos rios”, ou seja, membros de conhecidas facções criminosas que se instalaram desde o Vale do Purus até o Alto Madeira e o Alto Solimões. São os “piratas” que assaltam embarcações das quais roubam combustíveis para alimentar balsas que, conforme Serafim, custam, cada uma, o mínimo de R$ 1 milhão.

A alta logística financeira, que banca as balsas e a extração ilegal e criminosa de ouro, precisa ser investigada de modo urgente pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, juntamente com os órgãos ambientais. O Palácio do Planalto e o Palácio da Compensa não podem fazer de conta que não está acontecendo nada na Amazônia e no Amazonas, porque o avanço do crime organizado se dá a céu aberto. Ou eles agem ou terão que admitir que contracenam com o saque criminoso às riquezas da região.

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