Presidente Figueiredo (AM) — Os moradores das comunidades Canoas e Rio Pardo, localizadas na zona rural de Presidente Figueiredo (distante 126 quilômetros de Manaus), protestaram na noite de terça-feira (12) contra as condições intrafegáveis e problemas na infraestrutura dos ramais que dão acesso à região.
A manifestação começou na última segunda-feira (11). Manifestantes bloquearam parte da rodovia BR-174, no KM 1.023, na tentativa de obter respostas da prefeitura do município, comandada pela prefeita Patrícia Lopes (MDB).
A principal reivindicação dos populares é o prejuízo causado aos trabalhadores rurais do município. Em dezembro de 2020, o Governo Federal repassou, por meio de uma emenda do senador Eduardo Braga (MDB), o valor de R$ 9,5 milhões para a recuperação dos ramais. As obras ainda não foram executadas, gerando a revolta na população.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os responsáveis pela manifestação foram dois homens identificados como Eduardo Marvan Rodrigues Souza, 30, e Jorge Xavier de Sousa, 46. Pelo protesto acontecer em uma rodovia federal, o caso foi repassado à Justiça Federal. O juiz federal Diego Oliveira emitiu despacho determinando a reabertura da rodovia.
Problema antigo
A cobrança por melhorias na infraestrutura já faz parte do cotidiano da população de Presidente Figueiredo. Em abril, moradores do município entraram em contato com a equipe de jornalismo do EM TEMPO para reclamar das dificuldades de locomoção que se agravam principalmente no período das chuvas.
De acordo com a moradora Gabriela Pereira, por muitas vezes é a própria população que dá o jeito de improvisar passagens alternativas. Em imagens cedidas à reportagem, a denunciante mostra a situação da rua das Pacas e avenida Sucuri, no bairro Galo da Serra 1.
“Já fiz várias denúncias e nunca deu em nada. Nossas ruas não têm buracos e sim verdadeiras crateras praticamente com lagoas dentro. Isso é uma vergonha, pois as autoridades nada fazem pela população. A gente anda sem condições nessa cidade. Essas são apenas duas das muitas ruas que temos aqui ainda em situação pior. Não temos que atravessar para dentro das nossas casas. É totalmente no improviso. Precisamos passar pelo restinho de calçada que existe. É um absurdo”, destacou Pereira.
A situação não se restringe apenas na Zona Urbana. Na área rural, mais precisamente na comunidade Cristo Rei, uma obra de terraplanagem mal sucedida também deixou as ruas tomadas de lama e ainda afetou o abastecimento de água nas casas.
“O sentimento de desespero me consome. É uma obra de total falta de planejamento. Já entraram com máquinas da prefeitura para realizar terraplanagens pelo menos duas vezes e o serviço ficou péssimo. Os canos de água do poço comunitário foram quebrados e muitos moradores foram prejudicados. Precisamos do olhar das autoridades”, disse Mery Janse Lima.
Em junho, um produtor rural de Presidente Figueiredo foi até a porta da prefeitura do município se manifestar cobrando melhores condições em ramais do município. Revoltado, ele levou parte da sua produção de verduras perdidas por não conseguir trafegar nos ramais e fazer o escoamento e jogou os alimentos na rua em frente ao prédio público.
“Quatro horas da manhã, eu tinha que estar em Manaus. Os carros estão aqui, meus carros são 2019, destruídos. O cara não tem estrada para rodar. As máquinas estão no Rio Pardo, se você for lá as máquinas estão lá, só três atoleiros. As máquinas estão lá e eu acho que é ganhando diária, só pode ser, porque para dar condições para a gente que está lá dentro, para as famílias que estão lá dentro, para os pais que estão lá dentro, para os trabalhadores, eles não dão condições”, gritou o homem durante a manifestação.
Posicionamento
O Em Tempo entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Presidente Figueiredo. Até o fechamento desta matéria não houve retorno da comunicação da prefeita Patrícia Lopes.
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