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Operação no Alemão

Tiro perfurou pulmões de mulher que morreu no RJ, diz laudo

O carro em que Letícia estava havia parado no sinal de trânsito, em um dos principais acessos ao Complexo do Alemão

O exame de necropsia concluiu que Letícia Marinho Sales, de 50 anos, uma das pessoas que morreram durante a operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi morta com um tiro no peito.

Ela era moradora do Recreio dos Bandeirantes e tinha ido até a comunidade para ajudar uma pastora a organizar uma festa. Letícia foi atingida pelo disparo dentro do carro, quando retornava para casa.

Conforme o exame, a bala provocou diversas perfurações nos pulmões, o que motivou uma hemorragia interna. Letícia estava acompanhada do namorado, e ele disse que o tiro foi disparado pela polícia.

O carro em que Letícia estava havia parado em um sinal de trânsito na Estrada do Itararé, um dos principais acessos ao Complexo do Alemão. No local, conforme as testemunhas, havia policiais à paisana e uma blitz em andamento.

Um dos policiais teria sacado a arma e, em seguida, iniciou-se uma série de disparos. A família de Letícia cobra por Justiça e busca explicações sobre o porquê do início dos tiros.

Além dela e do namorado, dentro do veículo estava também um primo dele. Jaime Eduardo da Silva ficou ferido por estilhaços provocados pelos tiros.

O laudo atesta que o corpo foi atingido por um único projétil, “já deformado, produzindo orifício de entrada atípico na região peitoral direita”. O resultado informa, ainda, que perfurações foram causadas nos pulmões, traqueia, esôfago e aorta abdominal.

O corpo de Letícia foi enterrado na manhã deste sábado (23), no Cemitério São Francisco Xavier. Ela deixou três filhos e três netos. Uma semana antes, ela havia enterrado a mãe, vítima de câncer.

No IML

Nessa sexta-feira (22), as filhas da vítima foram até o Instituto Médico Legal (IML) para fazerem a liberação do corpo e falaram com a imprensa. Indignadas, Jenifer e Jéssica não pouparam críticas à ação policial.

 “Foi tirado um pedaço de mim. Tudo que eu tinha na minha vida era a minha mãe. Ela era tudo. Perdi minha avó há 12 dias. Enterramos ela, e eu falei: ‘só tenho a minha mãe e meu pai’. E agora, infelizmente, tiraram minha mãe de mim”, disse Jenifer.

*Metrópoles

Edição Web: Bruna Oliveira

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