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Preconceito

Jogador hétero diz que ficou oito meses sem jogar por homofobia

O atleta, que se declara heterossexual, teria ficado "marcado" por vídeo em que aparece cantando de forma descontraída

Atleta sofreu preconceito após aparecer cantando, de maneira descontraída, uma música sertaneja de Marília Mendonça Foto: Reprodução

Dois vídeos de 2017 afetaram a carreira do volante Elyeser Maciel, de 32 anos. Atualmente no Santa Cruz, da Série D, o jogador revelou ao podcast “Nos armários do vestiário”, do “GE”, que ficou oito meses sem jogar e que foi recusado por diversos clubes depois que os registros viralizaram devido a um “empecilho”: a homofobia.

Isso porque o atleta, que se declara heterossexual, teria ficado “marcado” pelo vídeo em que aparece cantando, de maneira descontraída, uma música sertaneja de Marília Mendonça. As gravações foram enviadas pelo próprio jogador em um grupo de WhatsApp com companheiros de equipe quando defendia o Goiás, e repercutiram quatro anos depois, em 2021.

“Fiquei oito meses sem jogar por causa disso. Cheguei a pensar em jogar de graça, que iria parar de jogar. Toda vez que meu nome aparece em uma negociação, alguém lembra desse vídeo”, revelou Elyeser.

“E aí solta um: ‘Ah, não vamos trazer o Elyeser porque vai chegar a um determinado momento de clássico e os torcedores rivais, se ganharem da gente, vão pegar esse vídeo?’. Eu cheguei a escutar isso de presidente, de diretor. Então não era pelo lado técnico, era esse o empecilho”, acrescentou.

Essa situação aconteceu depois que ele foi anunciado, em fevereiro de 2021, como reforço do Paysandu. Os vídeos do volante cantando repercutiram nas redes sociais cerca de dois meses depois. Em maio, ele acabou sendo afastado e passou a treinar separado dos demais jogadores. Em julho, ele teve seu contrato rescindido.

“[Tudo isso] Por causa de um vídeo. E não vem ao caso se é ou não uma brincadeira”, opinou Diogo Pinheiro, empresário do jogador, ao podcast. “O fato é que, pelo vídeo que ele fez, praticamente todas as portas se fecharam no futebol”, emendou.

“Eles [dirigentes] não queriam analisar o jogador Elyeser. Isso foi o que mais me chocou. Eles não analisavam, não viam os números dele. Diziam apenas que não contratariam homossexual”, afirmou o agente.

*Com informações do Uol

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