Caso inédito Caso inédito: homem testa positivo para varíola dos macacos, Covid e HIV O diagnóstico ocorreu após o paciente retornar de uma viagem à Espanha. Ele contou ter tido relações sexuais sem proteção Em Tempo* - 25/08/2022 às 13:0825/08/2022 às 13:08 Um homem italiano de 36 anos é o primeiro no mundo a contrair, ao mesmo tempo, varíola dos macacos, Covid-19 e HIV. O caso foi relatado por cientistas da universidade de Catania, na Itália, e publicado no Journal of Infection. O diagnóstico ocorreu após o paciente retornar de uma viagem à Espanha. Ele contou ter tido relações sexuais com homens sem proteção e só descobriu que estava com o vírus do HIV durante sua internação por Covid e varíola dos macacos – não foi possível determinar quando ele contraiu o HIV; ele já tinha feito um teste para o vírus em setembro de 2021, que deu negativo. Dentre os sintomas relatados pelo paciente e pela equipe médica que o atendeu estavam dor de cabeça, dor de garganta, febre, fadiga e inchaço nos linfonodos (gânglios). “Na tarde do mesmo dia, uma erupção começou a se desenvolver em seu braço esquerdo”, acrescentaram os médicos, afirmando que as erupções (bolhas), características de varíola dos macacos, surgiram no rosto, nas mãos, nos pés e na região perianal. Durante o atendimento médico, com testagens, foi descoberta também a infecção por Covid – a sublinhagem BA.5.1 da Ômicron foi a identificada. O rapaz também já contraiu sífilis, em 2019, mas tratou a doença. Essa é, inclusive, a segunda vez que ele contrai coronavírus. Ele foi imunizado com as duas doses da vacina da Pfizer. De acordo com os médicos, os sintomas da Covid e varíola dos macacos regrediram após cinco dias. O paciente passa bem, mas precisou se isolar por algum tempo, principalmente pelo fato de os exames continuarem positivos para os vírus. “Note-se que o swab orofaríngeo da varíola dos macacos ainda foi positivo após 20 dias, sugerindo que esses indivíduos ainda podem ser contagiosos por vários dias após a remissão clínica”, disseram os cientistas no artigo. O homem foi liberado após o período determinado, ele também iniciou o tratamento para HIV. “Este caso destaca como os sintomas da varíola dos macacos e da Covid-19 podem se sobrepor e corrobora como em caso de coinfecção, a coleta anamnésica e os hábitos sexuais são cruciais para realizar o diagnóstico correto. As subvariantes SARS-CoV-2 BA.4 e BA.5 são atualmente responsáveis por mais de 1 milhão de casos de COVID-19 por dia em todo o mundo. Portanto, os médicos devem estar cientes da possibilidade de coinfecção por SARS-CoV-2 e vírus da varíola dos macacos, particularmente em indivíduos com histórico recente de viagens a áreas de surtos de varíola dos macacos”, concluíram. Para os especialistas, o fato de o paciente ser imunossuprimido pode ter colaborado para a infecção simultânea. Porém, como apenas este caso foi relatado até o momento, não há “evidências suficientes que apoiem que essa combinação possa agravar a condição do paciente”. *Com informações do Olhar Digital Leia mais: Anvisa analisa antiviral tecovirimat para tratar varíola dos macacos Anvisa autoriza dispensa de registro de vacinas para varíola dos macacos para agilizar acesso Mais 6 casos da varíola dos macacos são confirmados no Amazonas Entre na nossa comunidade no Whatsapp!