MANAUS (AM) – Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) evidenciou de forma clara como as medidas de isolamento social implementadas para frear a pandemia da covid-19 impactaram na saúde de mulheres que possuem entre 50 e 70 anos. O estudou observou uma queda no nível de atividade física durante apontaram perda de força muscular e condicionamento aeróbio, além do aumento de colesterol e hemoglobina glicada das voluntárias.
A pesquisa foi idealizada ainda antes da pandemia e tinha como objetivo original avaliar o efeito de diferentes programas de treinamento físico em grupos de voluntários com perfil variado. A primeira leva de exames foi feita com as voluntárias em fevereiro do ano passado, mês em que o primeiro caso de covid-19 foi oficialmente confirmado no país.
Depois das medidas de isolamento social, os pesquisadores resolveram adaptar o projeto e avaliar as mudanças provocadas no corpo de ambas as participantes. Após 16 semanas, não foram encontradas alterações no percentual de gordura corporal e circunferência abdominal.
Entretanto, em média, observou-se um aumento de quase 40%% na taxa de insulina, 9,7% na de hemoglobina glicada e 1,3% na de glicemia (valor considerado não significativo). O nível de colesterol total aumentou 8% e houve queda significativa (10%) na porcentagem de plaquetas no sangue – fenômeno cujas causas e implicações ainda estão sendo investigadas.
Outro dado importante é que o teste de preensão manual indicou uma redução de 5,6% da força muscular. Já o teste de caminhada indicou perda de 4,4% da capacidade aeróbia.“
Alguns desses parâmetros, como força muscular e capacidade aeróbia, já estavam aquém do ideal para a idade em razão do estilo de vida das voluntárias. O estudo mostra que, no contexto da pandemia, algo que já estava ruim ficou ainda pior. Aumentou o risco de desenvolver doenças crônicas e, para aquelas que já tinham problemas cardiovasculares ou metabólicos, houve um agravamento do quadro,“
comenta João Ribeiro de Lima, um dos coordenadores da pesquisa.
Benefícios das atividades físicas
Segundo o professor de educação física Lucca de Sousa, as atividades que exercitam o corpo são importantes em vários aspectos, especialmente para os idosos.
“Um dos progressos mais perceptíveis a curto prazo está na melhora da capacidade de mobilidade para realizar as atividades do dia a dia. Além disso, se exercitar periodicamente proporciona o controle e prevenção de diversas doenças e o bem-estar físico e mental”, explica.
A caminhada é uma boa sugestão, mas o especialista ressalta que a atividade mais indicada é a que melhor agrada à pessoa, pois facilita a permanência, sem que se torne uma obrigação desagradável.
Para os mais velhos, o especialista ressalta que existem treinos que atendem de forma segura a terceira idade. “A indicação deve ser feita individualmente, de acordo com o gosto, histórico e necessidade de cada pessoa. A individualização e adaptação dos treinos, melhora a adesão ao processo proposto e proporciona resultados significativos de curto e médio prazo”, afirma Lucca.
O professor adverte que antes da prática de atividade física, é indispensável se consultar com um médico.
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