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Com a Palavra

Henrique Oliveira defende construção de ‘estrada-parque’ na BR-319

O candidato ao Governo do Amazonas, em entrevista ao EM TEMPO, falou sobre suas propostas para o governo do Amazonas

Nesta edição de “Com a Palavra”, a equipe do Em Tempo conversou com o ex-governador do Amazonas Henrique Oliveira (Podemos). Durante a entrevista, Oliveira falou sobre suaspropostas para a capital e para os municípios do Amazonas, como o investimento na educação. Também destacou seu projeto de “estrada-parque” na BR-319.

Amazonas em Tempo :Candidato, o senhor está vindo para as eleições após alguns anos longe da política e como o senhor mesmo já disse, sem fundo partidário. Como está sendo a campanha e o que o senhor espera das eleições de 2022?

Henrique Oliveira: Na verdade, a gente tem um determinado fundo partidário, que é bem menor do que os candidatos que tem um pouco mais de representantes na Câmara Federal e, consequentemente, o nosso fundo eleitoral chamado CEFEC, ele é menor, mas isso não intimida a gente, porque apesar de não exercer mandatos eletivos nos últimos seis anos, a gente nunca deixou de fazer política, e nunca deixamos de estar nas ruas escutando as pessoas, participando, fazendo críticas, recebendo críticas e tentando crescer na política, e como ser humano. Eu acho que eu estou preparado nesse momento para poder enfrentar esses problemas e trazer soluções. Fazer é fácil, construir é fácil, eu quero resolver realmente os problemas.

Amazonas em Tempo : Candidato, o senhor tem feito campanha nas ruas. Quais suas impressões sobre a situação dos municípios, e quais serão os seus desafios políticos caso eleito?

Henrique Oliveira: Vamos começar com os municípios do interior. Respondendo a sua pergunta, já houve aí o terceiro ciclo, Zona Franca Verde, muitos projetos voltados para o interior, mas que a gente sabe que, na verdade, os grandes problemas do interior que é a geração de renda, e empregos, não foram resolvidos.

A gente importa hoje mandioca, farinha de mandioca do Paraná. A gente hoje, se você for ver, até cheiro verde vem do Pará. Então, isso precisa acabar, precisa ter uma interação grande, o dedo do governo, realmente, nesses gargalos que existem hoje no interior para que possa acontecer isso de uma forma contundente na vida do nosso caboclo que representa quase metade da nossa população como eu falei.

Se concentra também na capital outra metade da população. Se concentram venezuelanos, roraimenses, maranhenses, paraenses. Hoje se fosse só a população amazonense, manauara, os hospitais, as maternidades, as creches dariam conta do recado, mas hoje quando uma pessoa que vem no interior do Pará com um problema de câncer diagnosticado, ela não vai para Belém, ele vem para cá. Quem está em Roraima, quem está em Boa Vista, quem está em Rondônia, eles vêm para cá.

Então, são brasileiros tirando os venezuelanos, mas são brasileiros que merecem também, porque nós vivemos em um país só. Então, nós temos que fazer uma readequação, uma reprogramação para que todo esse sistema de saúde envolvendo médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, o remédio, a central de medicamentos funcione, porque ninguém vai para um hospital para poder paquerar, para poder namorar, para poder curtir, e fazer lazer.  A pessoa vai para o hospital porque tem dor, e essas pessoas têm que ser tratadas com dignidade. Não adianta só construir hospitais, maternidades, UPAs, centros de saúde, se não tiver lá dentro gente qualificada, e que goste de cuidar das pessoas.

Amazonas em Tempo : Candidato, durante sua trajetória política o senhor se destacou como vereador, e também como deputado, além de ter permanecido um tempo como vice-governador do Amazonas. Como o senhor acha que poderá contribuir como governador do Amazonas, caso seja eleito?

Henrique Oliveira: Olha, essa minha trajetória conta muito para que a gente possa saber que você não está votando em uma pessoa inexperiente, uma pessoa que não tem uma bagagem. Eu tenho 60 anos de idade, estou em política desde os 18 anos, exerci diversos cargos que não eram eletivos, fui chefe de gabinete de governador do estado, fui assessor de ministros, fui assessor de deputados federais, participei da constituinte. Então, você precisa entender a máquina para você poder mexer com essa máquina. Não adianta você querer pilotar um Formula 1, se você não souber que aquela velocidade vai poder causar para você se você não souber pilotar, pode causar um acidente, assim também no avião, assim uma astronave. Então, as pessoas têm que ser colocadas na principal cadeira, que é a cadeira do governador, se tiver experiência, e o segundo: não roubar e não deixarem roubar. Sobrando dinheiro você consegue fazer um mundo de coisa.

Amazonas em Tempo: Candidato em relação a educação, o Amazonas tem ficado na berlinda dos índices do Ministério da Educação. O senhor considera que como Governador possa melhorar esses números?

Henrique Oliveira: Olha, as promessas para educação têm que ser retomadas todas elas. Eu tenho diversas, inclusive, envolvendo a própria tecnologia do 5G, envolvendo o metaverso, que daqui a alguns anos vai chegar até o até o nosso dia a dia. O metaverso vai fazer com que as pessoas consigam ter aulas que não são presenciais a muita distância. Algo que já existe hoje de uma forma muito mais forte na vida das pessoas.

O que a gente precisa é dar oportunidade. As nossas escolas, as escolas do estado em parceria com os municípios, principalmente, com o município de Manaus, elas não vão fechar no sábado, no domingo e nos feriados.

Nós vamos abrir essas escolas para que as pessoas, tanto crianças, jovens e adultos, e pessoas da terceira idade, possam aprender um ensino profissionalizante.

Se você for hoje nas empresas de recursos humanos, você vai ver lá. Mas, as pessoas não estão preparadas para aquele determinado cargo que está sendo colocado à disposição. Então, muitas vezes as empresas vão buscar lá fora essa mão de obra. O que precisa é preparar o nosso povo. Não precisa nem de curso superior, não tenho nada contra quem queira um curso superior, e acho que tem que ter o curso superior, mas existem muitos cursos profissionalizantes que dão oportunidade para mães, para pais de família, para jovens terem o seu sustento, e olha que é um sustento bom.

Se fizerem curso profissionalizante, se aprenderem uma língua, nós vamos abrir as escolas nos sábados, domingos e feriados para que as pessoas possam aprender idiomas. Isso é apenas uma das das propostas para educação. Mas, a gente sabe que precisa investir nos professores, que precisa sair do papel um plano de cargos e salários. Não pode apenas em época de eleição chegar com os dividendos do FUNDEB para poder alegar os professores. Quem for professor e quiser trabalhar, vai ter no governo Henrique Oliveira todo o apoio, por meio da meritocracia. Porque educação é tudo. Isso virou praticamente um bordão, mas é a verdade absoluta.

Com educação você forma um cidadão, e o cidadão vai ter oportunidade de emprego e vai ter consequentemente, mais cidadãos, mais filhos cidadãos e aí a gente muda o país.

Amazonas em Tempo: Candidato, nós estamos saindo de uma pandemia com muitos prejuízos econômicos, onde também tivemos muitas vidas perdidas. Como governador, como o senhor acha que poderá ajudar para revitalizar o estado na área da saúde?

Amazonas em Tempo: Pois é, a área da saúde é assim, a gente perdeu muitas pessoas. Eu perdi diversos amigos, graças a Deus não perdi nenhum familiar. Eu tive covid, fiquei acamado durante vinte e um dias, mas estou aqui, firme e forte. Mas a saúde, a gente precisa fazer a saúde preventiva.

Hoje com a varíola dos macacos, covid, todo dia está parecendo um novo surto, uma endemia que pode virar uma pandemia. Nós temos hospitais suficientes para cuidar. Nós temos prédios para cuidar das pessoas, mas o que a gente precisa são dos insumos para cuidar das pessoas. A gente precisa fazer uma previsibilidade, para não acontecer o que aconteceu com a questão do oxigênio. Nós somos pegos de surpresa.

Será que agora com a varíola dos macacos, por exemplo, será que não é hora de você já também se prevenir e, começar a buscar um armazenamento de medidas ou de contratar médicos ou de fazer pelo menos uma força tarefa, para que as pessoas não sejam pegas de surpresa. O que a gente precisa são de médicos. O que a gente precisa são os profissionais da área de saúde, e de médicos bons. Os médicos que realmente fizeram o dever de casa, que fizeram o juramento de Hipócrates no dia da sua formatura, e que vão fazer da saúde do estado do Amazonas a melhor a melhor saúde e uma saúde exemplar para o Brasil.

Amazonas em tempo: Candidato, a saga em prol do asfaltamento da BR-319 parece estar chegando ao fim. Como o senhor acha que o futuro governo deve lidar com as possibilidades de uma futura ligação do Amazonas com o restante do país por meio de uma via rodoviária?

Olha, quando fui deputado federal, fui vice-governador, nós já tínhamos um projeto para a BR-319, eu não sou tão otimista em relação a tudo isso. Às vésperas de uma eleição, quando se chega com um uma licença prévia para o asfaltamento, eu já vi pedidos de licenciamento, levantamento de EIA/Rima, levantamento de flora e fauna, é uma coisa tão simples, 400 quilômetros.

O nosso projeto era fazer uma estrada-parque, uma estrada com 400 quilômetros cercada de um lado e de outro. O grande empecilho, e o grande entrave dos ambientalistas é porque eles acreditam e, eu também acredito, que se aquilo fosse asfaltado sem uma proteção, sem uma fiscalização, esses 400 quilômetros do meio do trecho, eles vão virar costelas de peixe. Um mundo de invasão, de desmatamentos e a gente não quer o desmatamento.

Então, com esse com essa estrada-parque, que é ela toda gradeada, com passagens para fauna dos animais de pequeno porte, de grande porte, de quilômetros em quilômetros, como existe diversos países.

O homem chegou a lua, e tem gente que acha que a gente não pode construir 400 quilômetros de uma estrada-parque. Pode sim. Eu tenho certeza absoluta que aí não vai haver motivação para dizer que a BR-319 não pode ser construída.

A BR-319 vai trazer um grande benefício, não só para o turismo, mas principalmente para gente diminuir o custo Manaus. Custo Manaus é muito alto, porque muitas coisas vêm em via aérea. Com a BR-319 a gente vai poder fazer com que isso chegue em Manaus e que a gente possa ter um desenvolvimento muito maior.

A Voz das Ruas

O cidadão Ozimar Castro pergunta: Henrique Oliveira, como é que você vê esses ataques constantes à Zona Franca de Manaus?

Henrique Oliveira: Obrigado Gilmar pela sua pergunta. Osmar, eu fui deputado federal e prorroguei por mais 50 anos a Zona Franca de Manaus. Ela morreria agora, em 2023, e a gente conseguiu ser o relator da PEC para que a gente tivesse mais 50 anos.

Então, nós temos cinquenta anos pela frente, mas eu tenho um desejo muito grande, de que a gente não precise esperar esse tempo todo para criarmos um novo modelo. Nós estamos preservando os mais de 100 mil empregos aqui da Zona Franca, e eu fico muito orgulhoso de ter colaborado para isso. Mas, é como eu falei, eu acho que a gente precisa criar novos modelos. Por exemplo, o turismo que nós temos.

Só que hoje, com esse com o turismo incipiente que nós temos aqui, as pessoas vão para o Teatro Amazonas, Encontro das Águas e o Mercadão, e acabou, não tem mais turismo nenhum. Nós vamos fazer equipamentos como, por exemplo, um grande zoológico. Nós vamos fazer um grande aquário com as espécies de peixes que existem no Amazonas, nos nossos rios. Nós vamos fazer uma grande roda gigante já no nosso segundo ano de governo. Nós vamos construir este equipamento que vai poder ajudar para que os turistas conheçam o Amazonas, conheçam Manaus, que fiquem aqui, e que gastem seu dinheiro. Nós temos um grande problema aqui, é que nós temos apenas oito deputados federais, enquanto São Paulo tem oitenta, enquanto Minas Gerais tem cinquenta.

Então, a briga é desproporcional, os ataques vão continuar sendo feitos, e nós precisamos ter deputados e senadores que estão lá em Brasília que tenham qualidade, isso que é mais importante, é que nós tenhamos qualidade na escolha dos nossos representantes. Porque, não adianta mandar uma pessoa para lá que não conhece absolutamente nada, não conhecem a realidade de Brasília, os corredores de Brasília, que não consiga fazer um grande lobby, uma grande organização, para que a gente tenha esse modelo preservado, e que nós tenhamos, acima de tudo, tempo para montar esses outros modelos.

O cidadão Wesley Gomes pergunta: Henrique Oliveira, o que você acha da segurança pública hoje?

Henrique Oliveira: Olha, a segurança pública tem cada vez aumentado mais a preocupação de todos. O meu grande sonho é que as pessoas consigam sair às ruas novamente com o sentimento e a sensação de segurança. Botar aquela cadeira de balanço na porta da sua casa, ver os filhos brincando novamente, jogando bola, soltando papagaio, sem o risco de correr na primeira moto que passa acelerando.

As pessoas estão presas dentro de casa. Como é que a gente pode fazer isso? Além das receitas tradicionais que é de armamento da polícia, que é de planos e cargos e salários para os militares, a gente tem que usar a tecnologia para isso. Investir em inteligência. A inteligência não é inteligência da cabeça não. Mas, inteligência na polícia civil é você desbaratar lavagem de dinheiro. Tem muita gente ganhando dinheiro com drogas e não é o aviãozinho nem o cara que transporta droga não, e nem o usuário. É principalmente gente que você nem imagina, que hoje aparece com milhões e milhões de reais lavados, em conta corrente, lícitos, mas que veio da ilicitude. Através da inteligência, através de grampos, através de fiscalização, e investigações a gente pode saber quem são essas pessoas, e ter tolerância zero com elas, e enfrentar sem medo essas pessoas e para que eles saiam definitivamente da vida do dia a dia, dos cidadãos de bem. Segurança pública, no nosso governo, vai ser tratada com tolerância zero.

Amazonas em Tempo: Candidato, quais são suas considerações finais?

Henrique Oliveira: Foi prazer estar de volta aqui no Jornal Amazonas Em Tempo que deixa saudades de muitos amigos aqui, principalmente o Otávio que partiu. Tenho uma saudade imensa do meu amigo, e dizer que nós temos sim uma grande possibilidade e uma grande responsabilidade agora dia 2 de outubro. A gente não vai estar elegendo um síndico, aquele que você pode trocar a todo momento, a qualquer momento lá no seu condomínio ou no seu prédio. Nós estaremos escolhendo um governador, um homem ou uma mulher, que vai decidir o futuro das nossas gerações, da minha, da sua, dos nossos filhos, dos nossos netos, na saúde, na educação, na segurança pública, nos direitos das mulheres, as crianças, no turismo.

Eu queria muito que você me desse essa oportunidade. Era para ser o governador hoje. Um acidente de percurso, e uma proteção de Deus me tirou desse caminho. Mas, agora eu digo que eu estou pronto. Um beijo no coração de vocês, e no dia 2 de outubro é o 19.

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