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Operação Plastina

Investigado por tráfico internacional de órgãos, professor é querido no ambiente acadêmico

Com um extenso currículo, o renomado professor é reconhecido e elogiado por discentes que o conheceram no ambiente estudantil

Helder era professor concursado da disciplina de Anatomia, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA). Foto: Divulgação

Manaus (AM) – A notícia de que o professor de anatomia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Helder Bindá Pimenta, está sendo investigado por tráfico internacional de órgãos, pegou de surpresas os alunos do suspeito.

Helder é um professor reconhecido na área que atua. Com um extenso currículo, ele tem domínio da técnica de plastinação e foi muito elogiado por alunos com os quais a reportagem entrou em contato.

Uma estudante que teve aulas em cursinho preparatório com Helder revelou que ele é um ótimo professor e famoso conhecimento que possui.

“Ele é um professor muito bom, nunca tinha tido aula com um professor tão didático e acho que todo mundo que teve aula com ele também tinha essa impressão. Até porque ele sempre foi famoso nos cursos de saúde”,

revelou uma aluna que preferiu não ser identificada.

Uma acadêmica de medicina da UEA, que também não quis se identificar, apontou que não tem reclamações do docente, pelo contrário. Helder sempre ministrou ótimas aulas segundo a discente.

“Não tenho reclamações, ele é um ótimo professor, atencioso, tem didática. Todos os alunos gostam dele. (Helder) tinha o costume de ajudar todo mundo”

destacou.

Segundo um alundo de odontologia, Helder era um dos únicos do Norte do Brasil a ser especialista na técnica de plastinação – que é uma espécie de conservação dos órgãos, onde o material é transformado.

Como a técnica transforma o órgão em uma espécie de plástico, o aluno acredita que Helder pensou que a peça já tinha se transformado e quis vender o trabalho que fazia.

Mesmo que fosse nessa intenção, a peça pertence ao Governo do Amazonas, já que faz parte do acervo da UEA. Na opinião do aluno, o professor viu uma oportunidade receber o dinheiro e cometeu um equívoco.

“Inocente ele não é. Acho que houve um equívoco por parte dele, de enviar algumas peças. Deve ter recebido uma proposta de ‘rios de dinheiro’. Ele sempre foi muito gente boa, mas [o tráfico de órgãos] é algo indefensável”, apontou.

Operação Plastina

Na operação, a ação da PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, um no Laboratório de Anatomia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e um na casa do investigado.

As investigações apontam que o suspeito enviou órgãos humanos plastinados para Singapura. Entre eles, uma mão e três placentas de origem humanas. O destinatário seria um famoso designer indonésio que vende acessórios e peças de roupas utilizando materiais de natureza humana.

Caso haja a confirmação do crime de tráfico internacional de órgãos, o investigado poderá responder pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de reclusão.

Edição: Leonardo Sena

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