Manaus (AM) – O potencial de bactérias amazônicas para controle de transmissores da dengue e da malária é o foco de um estudo desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
De acordo com o INPA, a pesquisa verificou que extratos produzidos a partir de uma linhagem da bactéria Bacillus sp. apresentaram 100% de toxicidade contra larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Segundo o coordenador do estudo, o doutor em Biotecnologia, Ricardo Katak, as linhagens de bactérias da espécie Bacillus spp., isoladas de diferentes ambientes amazônicos, apresentam potencial tóxico para controlar populações do Aedes aegypti em testes realizados no laboratório.
“Os primeiros estudos destas linhagens envolveram identificação molecular, produção de extratos metabólicos e eficácia desses Bacillus spp. para o controle de Aedes aegypti”, explicou.
Ainda de acordo com o pesquisador, os resultados obtidos pela pesquisa revelaram a possibilidade da descoberta de uma nova espécie de Bacillus, após a realização da caracterização genômica, ou seja, do monitoramento e sequenciamento genético destas bactérias.
Próximos passos
Entre os objetivos futuros da pesquisa, intitulada “Estudo da caracterização bioinseticida de Bacillus spp. isolados de ambientes amazônicos para o controle de Aedes aegypti e Anopheles darlingi, vetores da Dengue e da Malária”, estão a realização de testagens para averiguar a eficácia dos Bacillus spp. em condições de semicampo e, ainda, a checagem do potencial destas bactérias para o controle biológico do Anopheles darlingi, mosquito vetor da malária.
“Espera-se, a partir desta pesquisa, definir as características bioinseticidas de Bacillus spp. para o controle de Aedes aegypti e do Anopheles darlingi tanto em condições de laboratório quanto em semicampo. Portanto, os objetivos que serão concretizados neste projeto representam um avanço no âmbito de controle biológico destes mosquitos vetores”, acrescentou.
Equipe
Além do Inpa, integram o projeto pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A pesquisa iniciada neste ano tem previsão para ser concluída em 2023.
Prodoc
O estudo recebe fomento da Fapeam, por meio do Programa de Apoio à Formação e Qualificação de Doutores (Prodoc). A ação inédita no Amazonas concede bolsas de pós-doutorado no país a residentes no estado do Amazonas para o desenvolvimento de pesquisas que contribuam para a ampliação da ciência, tecnologia e inovação, em todas as áreas do conhecimento.
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