Manaus (AM) – A skatista Pâmella Amaral, de 23 anos, pratica o esporte há oito anos. A modalidade entrou na vida da skatista por influência de um amigo que, em 2014, ganhou um skate da mãe. A partir daí, ambos passaram a andar juntos, dividindo o mesmo skate pelas ladeiras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado no bairro Japiim, em Manaus.
Considerado um estilo de vida para quem é adepto, a prática do skate não é atrai mais participantes apenas pelo famoso “vento na cara”. A skatista destaca que o esporte é como um combustível para a própria vida.
“Skate é liberdade, é união. Tem uma galera que pensa que é skateboarding, que está pregando o skate de verdade, mas elas não estão. Skate é uma arte, é um esporte, é vida. Atualmente, eu não me imagino fazendo outra coisa nos tempos vagos, que não seja estar andando de skate”, destacou.
Destaque em campeonatos realizados na capital amazonense, nos últimos quatro em que participou durante dois meses, se consagrou na primeira colocação. Para ela, é impressionante como a prática tem se tornado destaque em Manaus.
Preconceito
Desafiando o machismo no esporte, de início, Pâmella alega que enfrentou o preconceito na pele por ser um esporte praticado majoritariamente por homens. Além disso, pontua que também sentiu “olhares tortos” vindos de mulheres.
“Ser skatista mulher, que anda no meio dos homens, acaba gerando um certo preconceito. Até mesmo de skatistas mulheres. Mas hoje em dia eu lido muito bem com esse tipo de preconceito”, explicou.
Benefícios da prática
A principal característica da prática do skate é a sua integração ao meio urbano, independente da modalidade que você escolheu. Andar de skate pelas ruas da cidade pode ser uma terapia. Além disso, a modalidade, que é uma mistura de esporte e lazer, traz benefícios para o corpo, propõe uma mente saudável,
“A minha condição física melhorou bastante, e acredito que assim como o skate me serve como terapia, ele ajuda outras pessoas também”, destacou.
Outras mulheres no skate
O skate feminino tem passado por uma verdadeira revolução, principalmente no Brasil, com adeptas surgindo em todos os cantos do país. Considerado um esporte culturalmente masculino, as mulheres sempre estiveram na história da prática do skate.
Nas pistas brasileiras, para a modalidade, que é uma mistura de esporte e lazer, as skatistas tiveram um papel fundamental para a popularização da prática, mas a marginalização da prática pelo gênero fez com que o número de atletas do gênero masculino se tornasse dominante.
Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 o skate foi o 4º esporte mais comentado mundialmente. A procura foi impulsionada pela vitória da skatista Rayssa Leal, que se consagrou como a medalhista mais nova do país na história dos Jogos.
- Rayssa Leal
Considerada uma promessa para o futuro, Rayssa Leal conquistou a medalha de prata no street nos Jogos Olímpicos de Tóquio e encantou o mundo ao torcer pelas outras atletas durante a disputa. Com isso, ela venceu o The Visa Awards, prêmio que reconhece o atleta que mais representou os Valores Olímpicos durante os Jogos. A campeã mundial de 2019 e bronze em 2021 ficou famosa na internet ao publicar um vídeo realizando manobras de skate fantasiada de Sininho, personagem de Peter Pan. As imagens viralizaram, e a adolescente passou a ser chamada de Fadinha.
- Letícia Bufoni
Grande nome do skate street feminino, Letícia Bufoni é skatista desde os 10 anos de idade e maior medalhista feminina da história dos X-Games de verão com 6 medalhas de ouro, o que a rendeu um lugar no Guinness World Records. Sua coleção de troféus envolve as medalhas de ouro no X-Games, quatro vezes Campeã Mundial de Street Skate e mais uma tonelada de outros troféus.
- Pamela Rosa
Destaque no street, Pamela Rosa é bicampeã mundial e começou a andar de skate aos 8 anos de idade. Em 2016, conquistou suas primeiras medalhas de ouro em X Games. A paulista ficou na primeira posição em Oslo, na Noruega, e mais uma vez em Austin, nos Estados Unidos.
- Dora Varella
Participante da seleção brasileira de skate, Dora Varella representou o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020 na modalidade Park e foi finalista olímpica ocupando a sétima posição. Atualmente está no TOP 10 no ranking da World Skate na nona colocação.
- Yndiara Asp
Aos 7 anos, Yndiara Asp teve seus primeiros contatos com o skate, ao ganhou um de presente do pai.
Mas foi aos 15 anos que a brincadeira ficou mais séria. Yndi aprendeu a dropar e passou a andar de skate pra valer. Depois de apenas três meses em cima do carrinho, ela venceu o seu primeiro campeonato, o Tigela Sk8club.
- Isadora Pacheco
Aos 14 anos, participou da Primeira Seleção Olímpica Brasileira de Skate na modalidade Park e além disso, é a atleta mais nova do time brasileiro.
Edição Web: Bruna Oliveira
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