Manaus (AM) – Pacientes com HIV do Amazonas receberam uma boa notícia. Um projeto desenvolvido por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), apoiados pelo Governo do Amazonas, resultou no sequenciamento dos principais genótipos causadores de criptococose em portadores do vírus.
A descoberta, realizada por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), foi apresentada durante o seminário de avaliação final do Programa Pesquisa Para o SUS (PPSUS), nesta semana, e traz um impacto para a comunidade científica a nível mundial.
O Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) é uma iniciativa de fomento à pesquisa em saúde nas Unidades Federativas (UF), que promove o desenvolvimento científico e tecnológico, visando atender as peculiaridades e especificidades de cada UF brasileira e contribuir para a redução das desigualdades regionais.
A pesquisa
A pesquisa, intitulada “Investigação dos genótipos e sensibilidade a antifúngicos dos agentes causadores de criptococose no estado do Amazonas”, obteve informações importantes para traçar o perfil epidemiológico de pacientes com criptococose portadores de HIV e em pacientes sem HIV.
A criptococose é uma doença causada pelos fungos do gênero cryptococcus, transmitida por meio da aspiração de coágulos infecciosos presentes no ambiente. Geralmente, esses coágulos estão presentes em fezes e aves ou em plantas e vegetais em decomposição.
Qual é o resultado?
Com o resultado, pode-se observar que o perfil epidemiológico entre os dois grupos é totalmente distinto. Entre os pacientes com HIV, notou-se a predominância de homens jovens, cuja principais representações clínicas foram dor de cabeça, vômito e perda de peso.
Quando estudados os agentes causadores, foi detectado a predominância do genótipo VN1 do fungo cryptococcus neoformans em 89,4% dos casos. Ao sequenciar os genes, foi descoberto que 97% destes casos eram da linhagem SP-93.
“Ou seja, nós colocamos o Amazonas no mapa e explicamos qual é a linhagem principal causadora de cryptococcus neoformans aqui, que é semelhante no nosso estado”, disse o pesquisador João Vicente de Souza, coordenador do projeto, durante a apresentação.
Já nos pacientes sem o vírus do HIV, observou-se a predominância de casos em pacientes do sexo feminino. O principal agente causador neste cenário foi o cryptococcus gattii, sendo o genótipo SP-20 o mais comum. O mesmo genótipo também foi responsável por epidemias nos Estados Unidos e no Canadá. “Esse agente está sendo especial. Quando a gente diz que encontramos, entre 11 pacientes não HIV, quatro casos com esse genótipo, chama atenção”, disse o pesquisador.
*Com informações da assessoria
Edição: Leonardo Sena
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