O Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais de lixo, segundo o Fundo Mundial da Natureza (WWF). Em 2022, de acordo com o panorama anual promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o país atingiu a marca de 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos produzidos. Entretanto, as taxas de reciclagem e reutilização de produtos não seguem o mesmo padrão de crescimento, visto que somente 4% dos resíduos sólidos são reciclados, conforme dados da International Solid Wasted Association (ISWA) divulgados em meados do ano passado.
Com isso, há um grande volume de materiais que contaminam os diversos ecossistemas. Isso porque alguns metais, como aço e alumínio, precisam atingir idade mínima de 100 e 200 anos, respectivamente, para começar o processo de decomposição na natureza. Para as embalagens de plástico, esse tempo é ainda maior, podendo chegar a 450 anos. No caso da borracha, esse tempo pode variar, com alguns especialistas estimando em 600 anos para a sua total degradação.
Embora esse seja um desafio a ser cumprido pelo país, a reciclagem promove muitos benefícios ao meio-ambiente e à sociedade em geral. Medidas como a coleta seletiva e a separação dos materiais por composição geram matérias-primas para a produção de novos produtos. Um exemplo são as embalagens de plástico, que podem ser convertidas em grânulos e reaproveitadas para a confecção de placas, fios de eletricidade e tubulações de esgoto. Outro exemplo são as caixas de leite, que podem ser reaproveitadas para a produção de telhas, isolantes térmicos e revitalizantes de paredes na construção civil.
Com propósitos criativos e conscientes, a reutilização chega para complementar a reciclagem. Evitando desperdício, o material usado assume uma nova função sem perder suas características iniciais, potencializando ainda mais a vida útil dos ingredientes que o compõem. Uma amostra do método é a reutilização de embalagens plásticas, que segundo dados da Resíduo All, correspondem a um terço de todo lixo doméstico produzido no Brasil. De acordo com a Instituição, atualmente, cerca de 80% são descartadas após serem utilizadas uma única vez.
Lubrizol desenvolve solução sustentável para substituir borrachas e plásticos
Visando oferecer ao mercado uma alternativa a materiais que apresentam maior dificuldade de serem reciclados ou reutilizados por terem sido fabricados com borracha e plásticos não recicláveis, a Lubrizol, fornecedora de produtos químicos especiais para os mercados de transporte, indústria e consumo, desenvolveu o Poliuretano Termoplástico (TPU), uma solução que permite o reuso e a reciclagem de peças e embalagens que geram um grande volume de resíduos.
“Os TPUs são plásticos da categoria termoplástico (plástico re-usáveis / recicláveis) elástico. São ótimos materiais para substituição de borrachas e poliuretano (PU) termofixo (plástico não reciclável)”,
explica Rodrigo Chinen, gerente desenvolvedor de novos negócios na Lubrizol.
Segundo ele,
“é possível desenvolver vários tipos de TPUs para adaptações de diversas aplicações, não apenas para substituir elementos não amigáveis ao meio ambiente, mas também para aumentar a vida útil ou melhorar de desempenho dos produtos”.
O especialista comenta que os TPUs são resistentes a abrasão, apresentam alta firmeza mecânica, durabilidade e constância ao tempo, além de comportamento estável sem aumentar a rigidez do produto e alta compatibilidade com outros materiais. “São ainda recicláveis, reutilizáveis e de fácil manipulação”, conta. A tecnologia pode ser utilizada na fabricação de peças para diversos segmentos:
Mineração:
O TPU pode substituir peças de borracha, adicionando propriedades como resistência a abrasão e a rasgos. Além disso, o material apresenta maior durabilidade e menor necessidade de manutenção, o que eleva a produtividade e reduz custos e médio e longo prazo.
“Vale destacar que na indústria de mineração, estima-se de 40% dos custos da operação sejam destinados aos materiais utilizados”,
comenta.
Outro ponto, ainda segundo Chinen, é que “o TPU pode ser reciclado, gerando menos resíduos e menor impacto ao meio ambiente”.
Automotivo:
No segmento automotivo, a tecnologia desenvolvida pela Lubrizol oferece maior durabilidade em peças de vedações, maior grau de resiliência e menor deformação, além de ter compatibilidade com plásticos e outros materiais.
“Outra vantagem é que o TPU é mais leve, o que reduz a emissão de gases poluentes o consumo de combustível nos veículos”.
Agrícola:
“Na área agrícola, desenvolvemos TPUs macios como a borracha, mas como maior durabilidade. Além disso, são recicláveis e podem compor peças de colheitadeiras, como bastões, esteiras, garfos, entre outros componentes”,
destaca Chinen, que acrescenta que a “tecnologia reduz o consumo de combustível, por ser mais leve”.
Entre outras características, o material pode ser utilizado em outros equipamentos também, como em mangueiras de irrigação e pulverização, mangueiras achatadas de arrasto em carreteis e peças de acabamento de interior de maquinários, promovendo maior conforto.
Sobre a Lubrizol Corporation
A Lubrizol Corporation, uma empresa da Berkshire Hathaway, utiliza sua ciência incomparável para desbloquear imensas possibilidades em nível molecular, gerando resultados sustentáveis e mensuráveis. Fundada em 1928, a Lubrizol possui e opera mais de 100 fábricas, escritórios de vendas e laboratórios em todo o mundo, contando com aproximadamente 8.600 funcionários. No Brasil, a companhia possui duas fábricas, uma delas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e outra em Paulínia (SP). A Lubrizol também conta com escritórios no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), além de um laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento na capital paulista.
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