A ausência de brasileiros na primeira lista de pessoas autorizadas a usar a passagem de Rafah para deixar a Faixa de Gaza mobilizou o governo no Brasil a refazer o caminho de articulação para que os brasileiros não fiquem no fim da fila e consigam, ao menos, terem os nomes incluídos nos primeiros grupos.
O Brasil diz que irá reforçar o contato via Itamaraty e Presidência da República para que os brasileiros entrem nas listas. Depois de participar de reunião do Conselho de Segurança da ONU, o ministro Mauro Vieira retornou ao país ontem (01).
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, os apelos serão refeitos com as autoridades de Israel, Egito e do Catar, que ajudou a articular a saída de feridos e dos primeiros estrangeiros de Gaza. Também não está descartado contato com o Hamas, que controla Gaza.
A organização das listas provocou mais um choque entre declarações de autoridades palestinas e israelenses. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, atribuiu a responsabilidade a Israel.
“Não há brasileiros, assim como de outras nacionalidades, por questões políticas, não é por logística. Israel não autorizou”,
disse.
Por sua vez, a embaixada de Israel no Brasil rebateu a manifestação da embaixada palestina e informou que “infelizmente não é o governo de Israel que decide quem entra ou não nessas listas, mas as entidades internacionais”. O porta-voz de Israel no Brasil destacou que espera que todos estejam em segurança.
Desde o início do conflito Israel-Hamas em 7 de outubro, integrantes da diplomacia brasileira e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem mantendo contato com autoridades israelenses, egípcias e palestinas para buscar a evacuação dos brasileiros em Gaza. Em meio a muita expectativa pela abertura de Rafah, os primeiros estrangeiros que de fato irão percorrer a rota de fuga são da Austrália, da Áustria, da Bulgária, da Finlândia, da Indonésia, da Jordânia, do Japão e da República Tcheca.
Em entrevista o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Carvalho, disse não ter informações sobre os motivos pelos quais os brasileiros não estão na lista de estrangeiros que foram autorizados a deixar Gaza na quarta-feira (1), mas afirmou que há sinalizações de que os brasileiros que estão na região a possam sair na quinta-feira (2) ou sexta-feira (3) pela fronteira do país.
“Certeza dos motivos de não haver brasileiros a gente não tem, mas sabemos que outros países não entraram na primeira lista também. Chineses, russos, americanos, italianos e outros. Não é algo específico contra o Brasil”,
disse Carvalho.
“O que sabemos é que será feito parceladamente. Há um limite máximo de saída, de 500 a 1.000 pessoas, pelo portão de Rafah. E temos indicações que os brasileiros poderiam sair amanhã ou depois de amanhã. Tudo será feito de modo gradual”,
afirmou.
Ele disse que iria ao equivalente brasileiro do Ministério das Relações Exteriores do Egito, ainda nesta quarta-feira, para tratar do assunto. No entanto, em sua avaliação, o ponto a ser trabalhado para a liberação dos estrangeiros é com Israel.
“A chave não está no Egito, está em Israel. É uma combinação entre Israel, Egito e Catar também, e as autoridades de fato em Gaza. É uma negociação complexa, uma operação logística sensível. Tudo sendo feito às pressas, mas [de forma] minimamente ordeira”,
afirmou.
O embaixador disse que a estimativa é que há algo entre 5.000 e 7.000 estrangeiros em Gaza e que os brasileiros, quando retirados, irão até o Cairo antes de se deslocarem ao Brasil.
“Ainda há uma luz no fim do túnel a ser confirmada. A gente já vislumbrou isso antes, essa possibilidade de tirar. Mas acabou não dando certo. Agora, pela primeira vez, temos estrangeiros saindo de Gaza”,
finalizou.
*Com informações da CNN Brasil
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