O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que as regras de segurança foram “violadas”, deixando soldados e civis expostos a um ataque mortal com mísseis russos contra uma aldeia na região de Zaporizhzhia, que ele descreveu como “uma tragédia que poderia ter sido evitada”.
Uma brigada militar ucraniana disse na segunda-feira (6) que 19 dos seus soldados foram mortos na semana passada num ataque aéreo durante uma cerimônia de entrega de prêmios perto da linha da frente em Zaporizhzhia.
“Toda a situação está sendo analisada minuto a minuto”, disse Zelensky na segunda-feira em discurso à nação. “Será descoberto quem exatamente violou as regras de segurança de pessoas na área acessível ao reconhecimento aéreo inimigo. Não haverá evasão de responsabilidade.”
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, ordenou no domingo (5) uma investigação criminal sobre o ataque. “Devemos fazer todos os esforços para proteger o nosso povo e dar respostas honestas aos familiares e amigos dos soldados mortos”, disse Umerov num comunicado no Facebook.
O ataque ocorreu no momento em que a Ucrânia assinalava o Dia das Forças de Mísseis e Artilharia, na sexta-feira (3), uma celebração do que Zelensky descreveu como “aqueles guerreiros que são a espinha dorsal de todas as Forças de Defesa e Segurança da Ucrânia”.
Numa cerimônia separada na sexta-feira, não relacionada com o ataque com mísseis, Zelensky entregou prêmios aos soldados ucranianos num local não especificado, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
O Departamento de Investigação do Estado da Ucrânia (DBR) disse ter lançado a investigação “sobre as ações de oficiais militares que organizaram o evento dedicado ao Dia das Forças de Mísseis e Artilharia perto da linha de frente”.
“Os processos criminais foram iniciados em resposta a esta tragédia”, confirmou Zelensky num discurso à nação na noite de segunda-feira. “A investigação deve fornecer respostas honestas às famílias dos soldados mortos e à sociedade sobre como esta tragédia ocorreu e se foram emitidas quaisquer ordens indevidas.”
De acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, as forças russas lançaram um míssil Iskander-M contra as tropas da 128ª Brigada Separada de Assalto nas Montanhas, matando soldados e ferindo residentes locais.
Imediatamente após o ataque, o parlamentar ucraniano Mykhailo Volynets disse que 28 pessoas morreram e 53 ficaram feridas como resultado do ataque com mísseis. Ele não especificou quantas vítimas eram civis e quantas eram soldados.
Em comunicado no Telegram na segunda-feira, a brigada disse que 19 de seus soldados foram mortos. A CNN não conseguiu verificar de forma independente o número de vítimas.
Zelensky disse que o comandante da brigada foi suspenso e assim permanecerá durante a investigação em andamento.
“O principal é estabelecer a verdade completa sobre o que aconteceu e evitar que tais incidentes voltem a acontecer. Cada soldado na zona de combate — na linha de fogo do inimigo e no reconhecimento aéreo — sabe como se comportar em campo aberto, como garantir a segurança”,
disse Zelensky.
A 128ª brigada tem sido utilizada em operações de combate no leste da Ucrânia desde 2014, e tem lutado no sul do país desde que a Ucrânia lançou a sua contraofensiva no início de junho, enquanto procura recuperar o território tomado pelas tropas russas na invasão de fevereiro de 2022.
As forças ucranianas afirmaram ter penetrado na “primeira linha” dos redutos russos na região de Zaporizhzhia em setembro, mas o progresso da contra-ofensiva tem sido lento, uma vez que as forças ucranianas foram repelidas pelas defesas russas fortemente fortificadas.
*Com informações da CNN Brasil
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