Manaus (AM) – A instabilidade no serviço de internet das operadoras Claro, Vivo, Oi e Tim, na manhã e tarde da terça-feira (22), causou transtorno para as pessoas e prejuízo para empresários do Amazonas. Os estabelecimentos comerciais, por sua vez, viram as vendas serem afetadas sem o uso da internet. De acordo com as empresas fornecedoras do serviço, a falha na transmissão da internet aconteceu em razão de um rompimento de fibra ótica na rede de infraestrutura compartilhada entre as operadoras.
Um estabelecimento que viu seu negócio ficar prejudicado em razão dos problemas no serviço de internet foi o 259 Padaria e Restaurante, localizado na rua Governador Vitório, no Centro. Durante o período sem internet, muitos clientes não conseguiram efetuar o pagamento, pois as maquinetas de crédito e de débito ficaram sem conexão à rede.
Essa não é a primeira vez que as vendas da padaria sofrem por causa do “apagão” da internet, que já aconteceu outras duas vezes. Por consequência, a 259 Padaria e Restaurante perdeu entre 10% a 15% do seu faturamento.
Outra empresa que não conseguiu concluir as compras dos clientes em razão da máquina de crédito e de débito não conectar à internet foi a Cases Finos. Além disso, o estabelecimento ficou impossibilitado de dar continuidade ao atendimento on-line, por meio das redes sociais, para vários clientes.
A loja de roupas Llaho Manaus também teve as vendas impactadas negativamente pela instabilidade da internet na região. Além de uma extensa fila de clientes que se formou, e as dificuldades no acesso de compras pelo link da loja on-line na página do Instagram, a Llaho Manaus também perdeu vendas.
“Sinto que perdemos vendas, pois tinham pessoas que necessitam dos pedidos para o mesmo dia, então não tinha como realizar a comunicação e completar a compra”,
conta a dona da loja de roupas Llaho Manaus.
Em média, a Llaho vende 100 peças de roupas por dia. Porém, até o final da tarde desta terça-feira, foram vendidas apenas 20 roupas, sendo um total de 80% das vendas afetadas pela instabilidade da internet.
“Nós que estamos na internet precisamos entender que esse é um dos contras que, infelizmente, existe”, desabafa a proprietária da loja.
Apagão
A instabilidade da internet iniciou por volta das 11h50 da manhã. Conforme a operadora Claro, o problema da interrupção do serviço seguiu até às 15h30 em razão do rompimento acidental e simultâneo de cabos na infraestrutura de longa distância em três rotas de transmissão que atendem a capital amazonense.
Além do Amazonas, os serviços de telefonia móvel, banda larga e telefonia fixa da Claro também foram afetados no Amapá e degradados em Roraima. A Claro informou ao Em Tempo que as equipes técnicas já iniciaram atividades para recuperar a infraestrutura e os serviços já começaram a ser reestabelecidos.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a operadora Vivo informou que houve um intervalo de 10 minutos de instabilidade nos estados do Amazonas e no Amapá, por volta das 13h10 e 13h20. Assim como as outras duas operadoras, a Tim e a Oi também receberam reclamações de clientes a respeito da instabilidade na internet e disseram que seus serviços já foram retomados ainda na tarde desta terça-feira.
Denúncias
Diante da instabilidade da internet, muitos moradores de Manaus realizaram denúncias contra as operadoras de internet para o Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM). Umas das empresas notificadas pelo apagão nos serviços de telefonia e internet foi a Claro.
“O Procon-AM recebeu muitas reclamações de clientes da empresa. A falta de internet prejudica todo mundo, e isso inclui os próprios serviços do órgão, que foram interrompidos por conta dessa situação abrupta”,
afirma Jalil Fraxe, diretor-presidente do Procon-AM.
A empresa deve responder as causas da instabilidade na internet, o número de pessoas atingidas e a redução do valor das próximas faturas. Caso seja comprovada a má prestação de serviço, a operadora pode receber uma multa.
Ações
Os consumidores prejudicados pela interrupção da internet na manhã e tarde desta terça-feira (22) podem ajuizar ações individualmente, conforme a Defensoria Pública do Estado. Porém, é necessário que a perda seja comprovada, como as transações comerciais interrompidas. A Defensoria Pública também presta atendimento jurídico para os consumidores que não podem arcar com os custos de um processo judicial.
Edição: Leonardo Sena
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