No dia 24 de março é celebrado o Dia Mundial da Tuberculose, uma doença infecciosa e que, caso seja pulmonar, é transmissível. Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, ela afeta, principalmente, os pulmões, mas pode se estender para outros órgãos. O Brasil é o país das Américas que mais registra casos da doença, sendo que em 2021, pouco mais de 91 mil casos foram registrados. Já em 2022, o número chegou a 103.766 mil pessoas, segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde.
Entre os principais sintomas está a tosse, que pode ser seca ou com secreção e durar mais de três semanas. Perdas de peso e apetite, febre, fraqueza e suor noturno também podem acompanhar. Esses sintomas foram os mesmos que a psicóloga Dâmaris Cristo teve há 24 anos. “Começou com febre, sudorese noturna, muito cansaço e perda de apetite. Quando procurei a unidade de saúde, fui diagnosticada com pneumonia e medicada, mas logo percebi que os sintomas estavam piorando e eu comecei a emagrecer, além do cansaço ter aumentado bastante, assim como a febre e a sudorese”.
Após seis meses, Dâmaris conseguiu se consultar com um especialista, quando foi diagnosticada com tuberculose e encaminhada para o Sistema Único de Saúde (SUS), iniciando o tratamento com medicações, que durou um ano. “Logo quando eu tive o diagnóstico, o médico falou que tinha uma calcificação no meu pulmão esquerdo, que segundo ele não é reversível”, lembra.
“Os pacientes que tiveram tuberculose podem desenvolver a doença pulmonar pós-tuberculose, que é caracterizada por vários graus de sequelas pulmonares funcionais e estruturais, como bronquiectasias (distorção dos brônquios), fibrose, espessamento pleural e diminuição da função pulmonar. Essas alterações aumentam o risco de contrair outras doenças infecciosas pulmonares, incluindo as causadas por bactérias, vírus e fungos”, explica a Dra. Stella Bozza Kapp, pneumologista dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat.
A médica ainda explica sobre os sintomas crônicos que podem se manter mesmo após a cura da doença. “Os pacientes podem desenvolver sintomas respiratórios crônicos, como tosse e falta de ar persistente, além de redução da capacidade de exercício e da qualidade de vida”. Há pessoas que possuem a tuberculose latente, onde não há sintomas ou transmissão, e a bactéria fica inativa durante anos.
Exame facilita diagnóstico certeiro
Por ter sintomas parecidos com os de outros microorganismos, o diagnóstico da tuberculose torna-se mais difícil. De acordo com a pneumologista, a doença pode ser confundida com outras, como: silicose (doença causada pela inalação de pó de sílica), infecções fúngicas, neoplasias (principalmente câncer de pulmão), infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças autoimunes, embolia pulmonar, entre outras, como foi o caso de Dâmaris.
Uma das principais formas de diagnosticar a tuberculose é por meio do exame de escarro, que identifica o bacilo da doença. Outros métodos disponíveis para análise do escarro são a baciloscopia direta, a cultura para micobactérias e o teste rápido molecular, no qual o resultado pode ser liberado em poucas horas. A Mobius, empresa que desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica focada na biologia molecular, possui exames que detectam e diagnosticam a bactéria e suas resistências.
O Kit Master MTB e NTB é um ensaio de PCR em Tempo Real que identifica a bactéria M. tuberculosis, Complexo MTB e NTM. Já os kits GenoType MTBDRplus VER 2.0 e GenoType MTBDRsl VER 2.0, da linha Hain LifeScience, identificam a bactéria e suas resistências aos principais medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose.
Os exames da Mobius possuem um alto grau de sensibilidade e precisão, além de oferecerem diagnósticos rápidos. Isso facilita o tratamento com as medicações corretas e pode diminuir os custos hospitalares, com internações em casos mais graves, e farmacêuticos, com medicamentos ineficazes. “Esses exames são solicitados no paciente sintomático respiratório (paciente com tosse por mais de três semanas) e em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de tuberculose pulmonar, independentemente do tempo de tosse”, destaca a médica.
Tratamento dura cerca de seis meses
O tratamento, que é gratuito e oferecido pelo SUS, pode durar de seis meses a um ano. Segundo a Dra. Stella, o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde é composto por quatro medicamentos (comprimidos), sendo a rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
Além do tratamento para pacientes que estejam com a bactéria ativada, a principal forma de prevenção é a vacina BCG, oferecida gratuitamente pelo SUS e que deve ser aplicada logo ao nascer ou até os cinco anos de idade. Ela previne contra formas mais graves da doença. A médica ainda faz um alerta: é importante avaliar os familiares e outras pessoas que o paciente teve contato e também tratar a infecção latente, quando diagnosticada, para que não desenvolva a forma ativa da tuberculose.
*Com informações da Assessoria
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