A trajetória do Teatro Experimental do Sesc (Tesc), grupo teatral nascido em Manaus no final dos anos 1960, será retratada no documentário “A Amazônia como palco – uma história do Teatro Experimental do Sesc (Tesc)”, com estreia marcada para o dia 27 de agosto, às 20h, no Teatro Amazonas, no Centro da capital amazonense. A entrada é gratuita e a ocupação será por ordem de chegada.

O documentário foi contemplado pelo Edital 001/2023 da Lei Paulo Gustavo (LPG), na categoria “Distribuição”. O projeto é gerido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com apoio do Governo Federal, Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Fundo Nacional de Cultura.

Com direção de Gustavo Soranz e fotografia de Erlan Souza, a produção é assinada pela Rizoma Audiovisual. A obra tem 93 minutos e cobre as duas primeiras fases do Tesc, de 1968 a 1982.

Arte e resistência durante a ditadura

O grupo ganhou destaque nacional na década de 1970, especialmente com a entrada do escritor Márcio Souza e do poeta Aldisio Filgueiras, um dos fundadores. Suas produções lançaram olhares críticos sobre a exploração da Amazônia e valorizaram as culturas indígenas.

“O Tesc foi um dos movimentos mais importantes da nossa história recente, porque mostrou a força da arte como ferramenta de resistência e identidade”, destacou o secretário de Cultura, Caio André.

Foto: Divulgação

Obras que marcaram o teatro amazônico

O documentário relembra peças como:

  • A paixão de Ajuricaba
  • Dessana, Dessana
  • Tem Piranha no Pirarucu
  • A resistível ascensão do boto Tucuxi

Essas montagens abordam desde a cosmogonia do Alto Rio Negro até críticas à Zona Franca de Manaus (ZFM). Para o diretor, essas obras se tornaram clássicos do teatro brasileiro e referências na dramaturgia amazônica.

Homenagem a Márcio Souza e legado cultural

“A experiência do Tesc foi ampla. Reuniu nomes importantes da música, artes e literatura do Amazonas. Este filme é uma homenagem ao grupo e ao que ele representa para a história da região”, afirma Gustavo Soranz. O lançamento acontece próximo ao aniversário de um ano da morte de Márcio Souza, dramaturgo e referência da cultura regional.

O documentário também apresenta registros raros de peças clássicas, arquivos fotográficos e depoimentos de grandes nomes que participaram do Tesc, como Nielson Menão, Ednelza Sahdo, Stanley Whibbe, entre outros.

Rizoma Audiovisual e memória amazônica

A Rizoma Audiovisual, produtora do longa, atua desde 2008 com foco na interface entre o audiovisual e a antropologia, desenvolvendo obras que refletem sobre a sociobiodiversidade amazônica, além de atuar em capacitação e pesquisa nas áreas de cinema, TV e cultura.

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