A programação do 19º Festival de Teatro da Amazônia (FTA) continua nesta semana com espetáculos das mostras Jurupari, Ednelza Sahdo e Chico Cardoso, no Teatro Amazonas e no Teatro Gebes Medeiros, no Centro de Manaus. A entrada é gratuita em todas as sessões.

Na quarta-feira (8), às 15h, sobe ao palco “Balões”, de Jean Palladino, no Teatro Amazonas. Em cena, um palhaço prepara uma celebração de aniversário e recebe convidados; entre jogos, romances e partos, Caco flutua na gravidade dos afetos e celebra a saudade daqueles que já voaram. A classificação é livre.

A obra da Barravento Cultural concorre na categoria “Jurupari Infâncias” e tem direção de Jean Palladino, com Francine Marie na operação de som e Richard Harts na iluminação.

Também na quarta-feira, às 20h, a Café Preto Produções Artísticas apresenta “Mojubá”, na mostra Jurupari Adulto, no Teatro Amazonas. Com concepção, atuação e direção de Correnteza Braba, a peça investiga o pertencimento dos povos de terreiro no ambiente urbano, abordando racismo religioso e apagamento histórico dos terreiros em Manaus. A classificação é de 16 anos.

A obra baseia-se na pesquisa acadêmica “Encruzilhada: ponto de partida para a criação performativa” (2021), que explora experimentos estéticos e sonoros da cultura negra dos terreiros.

A produção reúne Wellington Douglas (assistência de direção), Kanzelu Muka (preparação corporal), Marcelo Rosa e Mady (direção musical), Francisco Ricardo (direção de arte), Paulo Martins (iluminação), Ariska Derìì (figurino) e Coletivo das Liliths (provocação cênica). A dramaturgia é assinada por Kelson Succi e Correnteza Braba.

“Estátua – O Sofá”: crianças em movimento

Na quinta-feira (9), às 15h, a Interarte Produções apresenta “Estátua – O Sofá”, na mostra Jurupari Infâncias, com classificação livre.

Juca vive grudado no sofá entre televisão e videogame, alimentando-se de biscoitos, salgadinhos e refrigerantes. Em uma brincadeira, seu corpo trava e ele não consegue se mover — assim inicia uma jornada surreal dentro do sofá, onde conhece uma barata e uma formiga viciada em açúcar. Esses insetos revelam os perigos de uma vida sedentária até que surge um ser misterioso, símbolo da saúde e bem-estar, que orienta Juca a adotar hábitos positivos.

No elenco estão Ariane Feitoza, Clayson Charles, Wilson do Carmo e Yasmim Barth. A dramaturgia e direção são de Roger Barbosa; a produção executiva, de Wilson do Carmo; e a sonoplastia, de Mariana Libório.

Foto: Divulgação

“Alice Músculo +2”: memória amazônica e violência infantil

Às 20h, também na quinta-feira, a Soufflé de Bodó Company apresenta “Alice Músculo +2” no Teatro Amazonas. Sob direção e dramaturgia de Francis Madson, a obra mergulha na memória amazônica e aborda temas como infanticídio e abuso sexual infantil, mantendo um fio poético que atravessa a cena.

O elenco conta com Bruna Polari, Denis Carvalho, Amanda Magaiver e Neuriza Figueira. A produção envolve Viviane Palandi (preparação de atores), Marcos Veniciu (preparação corporal), Diogo Navia (pesquisa e sonoplastia), Babaya Morais (preparação de voz), e Denis Carvalho (produção executiva).

“Viper Paradise”: regime militar e resgate nas madrugadas

Ainda na quinta-feira, às 22h, a Companhia Transversal de Artes Integradas apresenta “Viper Paradise” no Teatro Gebes Medeiros (avenida Eduardo Ribeiro, 937). A peça integra a mostra Jurupari Adulto e tem classificação de 16 anos.

A história retrata Verônica Bourbón, dona da boate Viper Paradise, que vive entre luzes noturnas e um regime militar cada vez mais cruel. Quando Manu, uma personagem que guarda segredos do paradeiro de seu companheiro, é resgatada das ruas, a trama se desenha em meio a um país sob opressão.

A direção, dramaturgia e trilha sonora são de Felipe Maya Jatobá; o elenco inclui Nicka; a cenografia é assinada por Robert Moura, que também cuida da iluminação. A companhia coordena maquiagem e caracterização; Henrique Dias fica com figurino; e Paulo Oliveira e Ana Julia Bertrand lideram a produção.

“Nina e os Monstros Invisíveis”: fantasia e enfrentamento de medos

Na sexta-feira (10), às 10h, a Blasfêmea Teatro Company apresenta “Nina e os Monstros Invisíveis” no Teatro Amazonas, pela mostra Jurupari Infâncias. A classificação indicativa é de 10 anos.

Nina perde sua amiga Felícia, uma pelúcia que desaparece deixando apenas o cachecol. Esse mistério a leva para Timment Somnia, um mundo imaginário repleto de criaturas encantadoras e ameaças sombrias. Quando fantasia e realidade se entrelaçam, Nina precisa desvendar verdades ocultas e enfrentar seus maiores medos.

A direção geral e sonoplastia são de Victória Müller, a produção executiva de Lannah Braga, e a iluminação de Cris Jardim. As atrizes manipuladoras são Alissa Gatto, Lyana Golvin, Taís Vieira, Thays Mendonça e Yasmim Watanabe.

Foto: Divulgação

“O Testamento de Afonso Quirino”: saga de promessas e fantasmas

Na sexta-feira, às 20h, o palco do Teatro Amazonas recebe “O Testamento de Afonso Quirino”, do Corpo Cênio Basileu França (Goiás), na mostra Ednelza Sahdo, com classificação livre.

A peça narra a jornada dos irmãos Marlon e Candinha, que herdam uma garrafa com um “Diabinho” dentro, após a morte do pai, Afonso Quirino. A saga os leva da casa rural até a cidade de Trindade acompanhados da cadela Coalhada, que narra suas aventuras.

O elenco inclui Beatriz Matos, Bia Borges, Bori Coutinho, Carla Esper, Dalton Sonassi, Gabriela Soares, Jhamila Oliveira, Júlia Filetti, Matt Coutto, Mística Honorato, Pedro Soares, Pietra Fabiano, Talya Santos. A dramaturgia e iluminação ficam por conta de Hélio Fróes; direção de Renata Weber; preparação corporal de Flávia Honorato; preparação vocal de Eduardo Babugem; figurino de Jéssika Hannder com apoio de Larissa Braga; cenografia de Daniel Herrero; e assessoria musical de Abílio Carrascal.

“Sebastião” no Teatro Gebes Medeiros

Às 22h da sexta-feira, no Teatro Gebes Medeiros, a peça “Sebastião”, do Ateliê 23, brilha na mostra Jurupari Adulto. Indicada a cinco categorias do Prêmio Cenym de Teatro Nacional 2025, a classificação é de 16 anos.

Inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, a montagem combina memórias da década de 70 com performances musicais e depoimentos emocionantes sobre diferentes formas de violência. A narrativa revisita a figura de São Sebastião como patrono da comunidade LGBTQIAPN+.

O elenco inclui Taciano Soares, Eric Lima, Francis Madson, Andiy, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda. Eles interpretam sete drag queens: Carmencita, Little Drag, Chica, Angel, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane. A banda conta com Zanisk e Luana Aranha no baixo e beats; Mady, na guitarra; e Bruno Rodriguez, no teclado. A equipe ainda conta com Daphne Pompeu e Eric Lima na dramaturgia; Emily Danali como assistente de direção; Lacruz na produção; Lore Cavalcanti e Paulo Martins na iluminação.

O FTA como referência no Norte e no Brasil

Foto: Divulgação

O Festival de Teatro da Amazônia (FTA) é realizado pela Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), com apoio do Governo do Amazonas (via Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural – AADC), da Prefeitura de Manaus (por meio da Manauscult), do Atelo e em parceria com o Sesc Amazonas, o Amazonas Shopping, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o projeto de extensão Teatro Lambe-Lambe.

Em 2024, o FTA conquistou o título de “Melhor Projeto ou Evento de Incentivo ao Teatro” no Prêmio Cenym de Teatro Nacional. O evento movimenta a cena teatral local, gera emprego e renda no estado, atingindo quase 10 mil pessoas e envolvendo mais de 600 profissionais.

A programação completa está disponível no site fetam.com.br e no perfil do Instagram @fetam.teatro.

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