Uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) deixou 64 mortos, incluindo quatro policiais, e 81 presos nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. Segundo o governo estadual, esta é a ação mais letal da história do estado.

A operação faz parte da Operação Contenção, iniciativa permanente de combate ao avanço do CV em territórios fluminenses. Cerca de 2.500 agentes participaram da ação, que tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão.

Durante a madrugada, criminosos reagiram com tiros, incêndios e barricadas, e chegaram a lançar bombas com drones. Vídeos registraram cerca de 200 disparos em apenas um minuto.

Em represália, traficantes bloquearam vias importantes, como a Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Rua Dias da Cruz, no Méier. O Centro de Operações do Rio (COR) elevou o estágio operacional da cidade para nível 2, e a Polícia Militar colocou todo o efetivo nas ruas.

Entre os mortos estão os policiais Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, Rodrigo Velloso Cabral, Cleiton Searafim Gonçalves e Herbert, dois deles integrantes do Bope.

Durante as ações, foram apreendidos 75 fuzis, duas pistolas e nove motos. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como chefe do CV na região, e Nicolas Fernandes Soares, suspeito de atuar como operador financeiro da facção.

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada integralmente pelo estado e que o trabalho continuará. “Lamentamos profundamente as vítimas, mas é uma ação necessária, planejada e com inteligência”, declarou.

Por causa dos confrontos, escolas e postos de saúde não abriram, e várias linhas de ônibus foram desviadas para garantir a segurança da população.

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