A cabeça de um soldado do Comando Vermelho (CV) é encontrada amarrada a um tronco de árvore durante operação no Rio de Janeiro.

O corpo do criminoso estava enfileirado com outros suspeitos mortos nas matas que cercam o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.

A Polícia Civil investiga quem praticou a decapitação e a amarração da cabeça. Em vídeos obtidos pela coluna, moradores aparecem retirando a cabeça do criminoso e colocando-a em uma sacola plástica próxima aos corpos, enquanto uma testemunha comenta: “Estragaram os amigos”.

A operação conjunta das forças de segurança do Rio de Janeiro e do Pará deixou 64 mortos e 81 presos, com o objetivo de desarticular o domínio do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha. Entre os alvos, 32 eram suspeitos paraenses, apontados como líderes de atividades criminosas na região Norte, mas a Polícia Civil do Pará não confirmou se estavam entre os mortos.

Dois dos principais líderes do CV no Pará, Rodrigo de Jesus Coelho, o “RD”, e Joelison de Jesus Barbosa, o “Fuzue”, foram presos. Ambos eram apontados como responsáveis por tráfico de drogas e homicídios na região do Lago de Tucuruí. “RD” tinha dois mandados em aberto por tentativa de latrocínio, enquanto “Fuzue” foi autuado em flagrante por porte de arma de uso restrito.

Após o confronto, traficantes provocaram represálias em diversos pontos do Rio, ergueram barricadas na Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Rua Dias da Cruz, no Méier. O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional para 2, em uma escala de 5, e a Polícia Militar mobilizou todo o efetivo nas ruas.

Cerca de 2,5 mil agentes participaram da operação, que começou ainda na madrugada. Traficantes reagiram com tiros e barricadas em chamas. Moradores registraram vídeos nos quais é possível ouvir quase 200 disparos em apenas um minuto, enquanto colunas de fumaça se espalhavam pelo morro.

A Polícia Civil relatou que criminosos lançaram bombas por drones e que vários suspeitos fugiram em fila indiana pela parte alta do Alemão, em uma cena que lembra a fuga em massa de 2010, durante a ocupação do morro.

As investigações seguem para identificar todos os mortos e esclarecer as circunstâncias da decapitação.

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