A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou um cemitério clandestino do Comando Vermelho (CV) no Morro do Jordão, no bairro do Tanque, Zona Sudoeste do Rio. O local ficava em uma área de mata e abrigava um poço com cerca de 30 metros de profundidade.

Segundo as investigações, ao menos cinco rivais do tráfico foram mortos e jogados no buraco.

Policiais civis da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) realizaram, na manhã de terça-feira (21), uma operação no Morro do Jordão, na Taquara. Durante a ação, os agentes localizaram o cemitério clandestino do CV, facção que domina a região.

Polícia encontra cemitério clandestino do tráfico em Belford Roxo — Foto: Divulgação/PCERJ

A DDPA havia recebido informações sobre um ponto de abandono de corpos na parte alta da comunidade. Nas buscas, as equipes encontraram restos mortais e um poço usado para a desova.

Com o apoio do Corpo de Bombeiros e de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), os policiais da especializada conseguiram localizar o local exato. As equipes se surpreenderam com o buraco escavado e encontraram ossadas espalhadas pelo terreno.

Vídeo:

Bombeiros desceram até o fundo do poço — Foto: Divulgação/PCERJ

Operação Contenção

A descoberta ocorreu dias antes da megaoperação “Contenção” contra o Comando Vermelho, deflagrada na terça-feira (28), no Rio de Janeiro. A ação ficou marcada pela letalidade recorde de 121 mortos, segundo a Polícia Civil.

Durante a operação, o delegado Bernardo Leal Annes Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), ficou gravemente ferido e precisou amputar uma perna após ser atingido por criminosos.

A ofensiva mobilizou cerca de 2,5 mil policiais, com o objetivo de prender lideranças do Comando Vermelho que coordenavam ações criminosas em vários estados.

Ao todo, 113 suspeitos foram presos e 118 armas apreendidas, incluindo 91 fuzis.
Quatro policiais — dois civis e dois militares do Bope — morreram durante a operação e foram homenageados como heróis pelas forças de segurança.

De acordo com o governo do estado, a operação representou “o maior golpe da história contra o Comando Vermelho”.

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