Caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, o diabetes é uma doença crônica tratável, mas que exige acompanhamento constante. Quando o controle da glicemia falha, o corpo fica mais vulnerável a complicações — entre elas, as infecções urinárias.

Essas infecções são mais comuns do que se imagina entre pessoas com diabetes e podem indicar que o tratamento precisa ser ajustado.

Dia Mundial do Diabetes alerta para as complicações da doença

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, reforça a importância da prevenção e do controle da doença. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas vivem com diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

A endocrinologista Ana Clara D’Acampora, consultora médica do Sabin Diagnóstico e Saúde, explica que o problema começa pela baixa imunidade dos pacientes.

“”Pessoas com diabetes, assim como quem tem outras doenças crônicas, têm uma imunidade mais baixa. Elas têm maior risco de complicações infecciosas, e quando essas infecções acontecem, tendem a ser mais graves”, afirma.

Por que o diabetes aumenta o risco de infecção urinária

Pesquisas, como uma do Instituto Karolinska, na Suécia, mostram que pessoas com diabetes produzem menos psoriasina, uma molécula que ajuda a combater a bactéria E. coli, principal causa de infecções urinárias.

Por isso, sintomas como ardência ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro e sensação de bexiga cheia devem ser investigados, especialmente por quem tem diabetes.

“O ambiente da genitália acaba ficando mais doce e, dependendo das condições de higiene, isso aumenta o risco de infecções”, orienta a endocrinologista.

Além disso, o excesso de açúcar na urina favorece o crescimento de fungos e bactérias, o que também pode causar infecções genitais.

Controle da glicose ajuda a prevenir infecções

Manter os níveis de glicose estáveis é essencial para reduzir inflamações e fortalecer o sistema imunológico.

“O paciente com o diabetes controlado fica muito menos inflamado, o corpo dele está sendo menos agredido pela doença. Isso, por si só, já melhora as condições de defesa do corpo”, explica D’Acampora.

O controle passa por três pilares principais:

  • Uso correto das medicações;
  • Acompanhamento médico regular;
  • Hábitos saudáveis, como boa alimentação e prática de atividade física.

Beber bastante água também ajuda a eliminar bactérias e a manter o trato urinário saudável.

Quando procurar um médico

Ao notar sintomas de infecção urinária, é importante buscar atendimento médico. O diagnóstico é feito por meio do exame de urina (EAS) e da urocultura, que identifica a bactéria causadora.

“As infecções urinárias podem ser o primeiro sinal de que algo não vai bem com o controle glicêmico. É também um sintoma que precisa ser levado a sério, porque pode indicar que o corpo está vulnerável a outras consequências do diabetes”, reforça a médica.

(*) Com informações da assessoria

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