Ano novo é sinônimo de celebração, roupas brancas e estouro de champanhe. Mas e se a virada fosse marcada por susto, estresse e pânico nos primeiros minutos? Para diversos pets, isso acontece devido à poluição sonora dos fogos de artifício, aponta pesquisa realizada pela Petlove, maior ecossistema pet do Brasil, ligada à campanha “Chega de Fogos”.

De acordo com o levantamento:

  • 84% dos animais têm medo dos rojões;
  • 66% dos respondentes afirmaram que seus pets já fugiram ou conhecem algum que fugiu por conta do barulho;
  • 54% dos veterinários indicam atendimento frequente a pets com problemas de saúde ou comportamento relacionados aos fogos;
  • 24% dos profissionais atendem casos algumas vezes ao ano.

Impactos dos fogos nos pets

Segundo os veterinários entrevistados, os efeitos mais comuns da queima de estampidos incluem:

  • 91%: ansiedade ou medo extremo;
  • 72%: taquicardia e sinais de estresse fisiológico;
  • 65%: fugas ou acidentes;
  • 48%: comportamento destrutivo;
  • 44%: lesões por traumas;
  • 40%: sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia;
  • 64%: evolução para transtornos de comportamento crônicos.

A perspectiva dos tutores é semelhante:

  • 73%: animais se escondem;
  • 66%: tremem;
  • 46%: ficam desorientados;
  • 42%: buscam colo;
  • 38%: tentam fugir;
  • Outros sinais incluem choro (27%) e latidos excessivos (26%).

Cuidado e manejo do medo

A pesquisa revelou que 87% dos veterinários costumam prescrever medicamentos, como ansiolíticos, sedativos, suplementos ou tratamentos específicos para o manejo do medo de fogos:

  • 54% relatam prescrição ocasional;
  • 33% relatam prescrição frequente.

O médico-veterinário Pedro Risolia, da Petlove, recomenda medidas preventivas:

  • Disponibilizar petiscos, brinquedos e espaços confortáveis;
  • Manter portas e janelas fechadas para evitar fugas e abafar o som;
  • Colocar música para mascarar o barulho.

“Se o pet tem medo ou pânico, é ainda mais importante consultar um profissional que possa checar a necessidade de medicamentos e apontar ações que gerem bem-estar. É comum o pavor e ele não deve ser contido, de maneira alguma, com agressões físicas, gritos, que só pioram a situação. É essencial que o animal não fique sozinho e seja acolhido, de forma a não provocar acidentes” – Pedro Risolia.

Na ausência do tutor, cães e gatos devem ficar com responsáveis de confiança, como amigos ou cuidadores especializados. Segundo Risolia, a procura por serviços de hospedagem e cuidados aumenta cerca de 60% durante férias e feriados, garantindo a segurança dos pets.

Opinião de tutores e veterinários sobre os fogos

Entre os tutores:

  • 39% acreditam que fogos devem ser proibidos;
  • 58,3% acham que apenas fogos silenciosos devem ser permitidos;
  • 70% defendem fogos silenciosos em praias;
  • 75% já deixaram de levar seus pets a celebrações com fogos.

Entre os veterinários:

  • 29% afirmam que a legislação deveria ser mais restritiva;
  • 59% são totalmente contra fogos barulhentos e acreditam que deveriam ser proibidos.

Ações da campanha “Chega de Fogos”

Além da pesquisa, a Petlove produz vídeos de conscientização para redes sociais, alertando sobre os impactos dos fogos de artifício nos animais e oferecendo orientações de cuidados durante as festas.

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