Manaus (AM) – Servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) estão trabalhando de portas fechadas após recorrentes ameaças no município de Atalaia do Norte (distante a 1.136 quilômetros de Manaus), no Vale do Javari. No dia 1º de julho, uma área restrita do órgão foi invadida por dois colombianos, que perguntaram a uma servidora como Dom Phillips foi morto, além de pedirem mapas da terra indígena.
Com o objetivo de obter proteção, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), que acompanha com atenção os desdobramentos dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, está solicitando, via ofício, ao ministro da justiça, Anderson Torres, gestão nas bases do órgão após as ameças.
“Eles estão só com trabalho interno, suspenderam os atendimentos externos e estão com medo. Os colombianos que foram lá não quiseram dizer o motivo da ‘visita’ e nem se identificaram. Não tem qualquer segurança por lá, seja por agentes para proteção do espaço ou ao menos uma câmera”,
afirma o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos.
Também serão enviadas cópias do documento aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados e senadores no Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério da Casa Civil.
Pedido se estende ao alto Solimões
Conforme Walter, o pedido de segurança e proteção não se limita à coordenação regional da Funai no Vale do Javari, pois as ameaças aos trabalhadores se estendem também a outras unidades do órgão no Estado. Um documento revelado pelo site Metrópoles, em junho, aponta que servidores no alto e médio rio Solimões sofrem constantes ameaças por parte de ‘piratas’, “grupos fortemente armados que saqueiam embarcações e colocam em risco a vida da população indígena e ribeirinha” na região.
No ofício, o Sindsep-AM pede providências imediatas e solicita “uma força-tarefa para os municípios do alto rio Solimões, com o intuito de reforçar a segurança pública, garantindo a vida e a integridade física dos servidores”.
“A nossa solicitação de segurança se estende também para os trabalhadores do Solimões. Pedimos apoio total da Força Nacional, porque a situação é gravíssima. Estamos falando das vidas de trabalhadores que estão em risco, isso precisa ficar claro, é sério”, pontua o secretário-geral.
Nas mobilizações, os grevistas pedem justiça pelas mortes, cobram respostas para o caso do assassinato do também servidor da Funai Maxciel Pereira, ocorrido em 2019, no município de Tabatinga (AM), e pedem garantia de vida para trabalhar com segurança.
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