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SAÚDE

Manaus amplia acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV

A PrEP não é direcionada para todos os públicos, e sim indicada, segundo o Ministério da Saúde, para populações mais vulneráveis ao HIV

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV combina dois medicamentos (tenofovir + entricitabina), que agem evitando que o HIV infecte o organismo.

Manaus (AM) – Na sexta-feira (18) a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), ampliou o número de Unidades de Saúde que oferecem a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), estratégia que reduz em mais de 90% o risco de infecção pelo HIV.

Além da Clínica de Saúde da Família Raimundo Franco de Sá, na zona Oeste, que oferece o serviço desde março do ano passado, a rede municipal iniciou a oferta do serviço em mais três Unidades de Saúde: clínica da família Carmen Nicolau (zona Norte), clínica da família Desembargador Fábio do Couto Valle (zona Leste) e Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Luiz Montenegro (zona Sul).

Durante cerimônia de lançamento do novo serviço na clínica da família Desembargador Fábio do Couto, no bairro Jorge Teixeira III, a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, explicou que a PrEP consiste no uso diário de medicação antirretroviral que tem a função de impedir que a pessoa seja infectada pelo HIV, e é indicada para públicos específicos com maior chance de entrar contato com o vírus.

Em um ano de oferta do serviço na clínica da família Franco de Sá, na zona Oeste de Manaus, a Semsa registrou cerca de 600 pessoas cadastradas, o que mostra que existe demanda e por isso é importante a descentralização do atendimento. Com um serviço implantado em cada zona urbana, a população terá o acesso mais facilitado ao serviço e, assim, tem mais um incentivo para cuidar da própria saúde, buscando ações de prevenção. E a Semsa pretende continuar o trabalho de descentralização da PrEP com a meta de oferecer o serviço em mais Unidades de Saúde”, ressaltou Shádia Fraxe.

A PrEP não é direcionada para todos os públicos, e sim indicada, segundo o Ministério da Saúde, para populações mais vulneráveis ao HIV – gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, trabalhadores/as do sexo e casais sorodiferentes (quando um dos parceiros vive com HIV e o outro não) – e pessoas com maior chance de entrar em contato com o vírus por não usarem preservativos nas relações sexuais e estarem mais expostas ao risco de infecção.

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV combina dois medicamentos (tenofovir + entricitabina), que agem evitando que o HIV infecte o organismo.

Segundo a chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) e Hepatites Virais da Semsa, Rita de Cássia Castro de Jesus, considerando que o medicamento deve ser administrado diariamente, as equipes das Unidades de Saúde realizam uma avaliação para identificar se a pessoa tem realmente o perfil para aderir de forma efetiva ao uso do medicamento, reduzindo risco de abandono.

Dependendo do perfil, os profissionais de saúde oferecem outras formas de prevenção. Para a oferta da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, as quatro Unidades de Saúde contam com equipes formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, entre outros, que foram capacitados para realizar o atendimento”, informou Rita de Cássia.

Para fazer o cadastro no serviço, os pacientes devem receber orientações e, antes de iniciar a profilaxia, realizar exames para avaliar a saúde física em geral e exames para o diagnóstico do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis; realizar exames regulares para o acompanhamento médico, que vai permitir verificar se o organismo está reagindo bem aos medicamentos; e também é feita a oferta de vacinas aos pacientes.

Atendimento

Na clínica da família Carmen Nicolau, localizada na rua Santa Tereza D’ávila, s/nº, Lago Azul, zona Norte, o atendimento da população para a PrEP ocorre de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 16h.

Na clínica da família Desembargador Fábio do Couto Valle, na avenida Brigadeiro Hilário Gurjão, s/nº, no Jorge Teixeira III, zona Leste, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Na UBS Dr. Luiz Montenegro, localizada na rua Pico das Águas, nº 527, bairro Nossa Senhora das Graças, zona Sul, a população pode procurar o serviço de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 18h.

Já na Clínica de Saúde da Família Raimundo Franco de Sá, na rua Virgílio Ferreira, nº 112, Nova Esperança, zona Oeste, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

Serviços

Além da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, a Prefeitura de Manaus oferece diversos serviços para a prevenção e controle do HIV/Aids, o que envolve a distribuição gratuita de preservativos em todas as Unidades de Saúde, a oferta de teste rápido para HIV em 195 Unidades de Saúde e prevenção à transmissão do HIV da mãe para o bebê durante a gravidez.

A Semsa realiza ainda o atendimento e acompanhamento das pessoas com diagnóstico positivo para HIV em quatro Serviços Municipais de Assistência Especializada (SAE), que funcionam nas policlínicas Comte Telles, zona Leste; José Antônio da Silva, zona Norte; clínica da família Antônio Reis, zona Sul; na clínica da família Franco de Sá, zona Oeste; e nas UBSs Arthur Virgílio Filho, zona Norte, e Leonor Brilhante, zona Leste.

Transmissão

A transmissão do HIV acontece principalmente pela relação sexual (vaginal, anal ou oral) desprotegidas (sem camisinha), mas também pode ocorrer da mãe para o bebê durante a gestação, o parto e a amamentação; ou por contato com sangue contaminado no compartilhamento de objetos que cortam ou furam (seringas, agulhas, lâminas de barbear e alicates de unha).

Dados sobre HIV/Aids em Manaus

Em 2021, o município de Manaus registrou 1.189 casos de infecção pelo HIV e 751 de Aids (estágio da doença da infecção pelo vírus).

Em relação a 2020, os dados representam aumento de 11,6% nos casos de HIV e de 28,6% nos casos de Aids.

Os dados mostram o impacto da pandemia da Covid-19 em 2020, quando muitas pessoas deixaram de procurar uma Unidade de Saúde pelo risco de transmissão do novo coronavírus e, assim, houve uma redução nos exames e diagnósticos da infecção. Em 2021, com o início da vacinação e maior controle da pandemia, a demanda nas UBSs voltou a ser próxima a do registrado no período pré-pandemia, ocasionando um maior número de diagnósticos e, consequentemente, um aumento no número de casos registrados”, esclareceu Rita de Cássia.

*Com informações da assessoria

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