Manaus (AM) – Parte fundamental da identidade cultural que define o povo amazonense, o artesanato regional não poderia ficar de fora do maior festival de artes integradas da região Norte sem receber a devida atenção.
Carregada de beleza ancestral, a Feira de Artesanato do #Sou Manaus Passo a Paço 2022, da Prefeitura de Manaus, trouxe, ao longo dos quatro dias do festival, a arte da Amazônia para um público superior a 300 mil pessoas, levando produtos locais dos mais variados tipos ao grande público.
Dona de um estande de joias fabricadas com madeira reaproveitada e outras matérias-primas locais, a artesã Val França, 60, destacou a felicidade de poder expor seus produtos num espaço como a feira.
“O festival foi sensacional! Foi a primeira vez participando do evento e foi incrível. As vendas também foram excelentes, isso sem falar de a oportunidade de poder mostrar o meu trabalho a um público novo e fazer novas parcerias”,
destacou.
Ainda de acordo com Val, a feira é ainda mais emocionante por marcar um momento de retorno às atividades para ela e milhares de outros artesãos da região.
“Depois de tanto tempo estando em casa, parados e presos, voltar com tudo assim não tem preço. É uma coisa que eu espero poder participar muitas e muitas vezes ainda”,
finalizou.
Já Márcio Almeida, 38, dono da marca local Goodstrap, ressaltou ainda a importância do espaço para a divulgação de ideias diferentes como a dele. Responsável pela manufatura de artigos de luxo utilizando-se de materiais locais um tanto inusitados, como pele de pirarucu e piaçava para a fabricação de bolsas e outros produtos, Márcio comercializa os trabalhos da sua “grife” a valores que variam entre R$ 120 e até mil reais.
“É muito gratificante poder mostrar meu trabalho que, de certa forma, é pioneiro na região Norte. É muito bom ver o espanto das pessoas quando veem matérias-primas regionais como palha de arumã transformadas em um produto lindo e feito 100% aqui na região Norte e não no Sul e Sudeste, os principais eixos da moda.”
Ainda que com um produto nichado, o artesão ainda destacou a importância de um espaço dedicado como a feira para ele e para os colegas que também participaram dos quatro dias de festival ao lado dele.
“Aqui na nossa região tem muita gente capaz e talentosa que muitas vezes não são vistas por nós. Muitos acabam discriminando estilistas e artesãos conterrâneos para dar atenção a expressões artísticas de fora. Feiras e festivais desse tipo são de grande valia para mudar a visão do grande público em relação ao artesanato local, uma vez que grande parte dos colegas que expõem seus trabalhos aqui aprenderam a fazer o que fazem com seus antepassados ao longo de gerações, o que é lindo! É uma identidade que precisa ser mostrada cada vez mais”,
concluiu.
Enquanto transitava pela feira, a auxiliar de saúde bucal Ilmara Azevedo, 46, decidiu fazer uma pintura corporal tradicional no estande de grafismo indígena para se reconectar com suas próprias raízes.
*Com informações da assessoria
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