É inegável que o assunto em todos os tatames manauaras segue sendo o ADCC, principalmente falando da vitória do atleta Diogo Reis, aluno do professor Melqui Galvão e atleta da Fight Sports.
Para que todos entendam o tamanho do feito, vale ressaltar que ele foi o único campeão brasileiro que fez sua preparação completa no Brasil, o primeiro do nosso estado a ganhar no peso até 66kg e quebrou um jejum de 12 anos do nosso estado sem título, pois o último, foi vencido pelo ídolo Alexandre Ribeiro que se aposentou das competições justo neste certame.
O Em Tempo não poderia deixar de parabenizar ao Diogo Reis, seu treinador Melqui Galvão e toda sua equipe e conversar com o Dioguinho ou também conhecido como Baby Shark.
O que podes dizer de maneira geral da emoção de lutar o ADCC?
“O mais difícil era manter a rotina, também abdicar de coisas que gostaria de fazer e comer. Para poder chegar lá na melhor forma possível. Fazer tudo que necessitava ser feito, treino, descanso, seguir a alimentação correta, preparação de wrestling, preparação física e cada dia buscar ser uma melhor versão de mim. A maior dificuldade então foi eu me enfrentar todos os dias!”
Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas para chegar no ADCC e ser campeão?
“A preparação foi a mesma como para todas as competições. Foi intensa mas com bastante objetivo, de melhorar cada dia em todos os aspectos que uma competição como o ADCC exige. Força, corpo, mente e o mais importante de todos o espírito.”
Como ficou seu coração e da equipe quando na, segunda luta, teve que enfrentar seu companheiro de equipe Fabrício Andrey?
“Foi muito triste! Porque infelizmente a regra da competição exige que atletas da mesma equipe se batam até a segunda luta. Mais ainda em lutar com um amigo é muito difícil, você está todo dia treinando com ele, tem uma amizade, mas somos profissionais e soubemos lidar com a situação.”
Existiu alguma orientação da equipe de quem deveria passar nesta luta? Você e o Fabrício se enfrentaram de verdade?
“Sim lutamos de verdade! Não existiu nenhuma orientação! Sabíamos desde a primeira seletiva que iríamos nos enfrentar.”
Pode nos contar um pouco sobre a última luta?
“A final foi muito dura contra o Gabriel, 20 minutos trocando quedas, fazendo guarda e passando. O Gabriel é um atleta muito duro e vem se destacando no cenário mundial do jiu-jitsu. O interessante é que, em 2017, quando tinha 15 anos, nos enfrentamos, ele era marrom adulto, me venceu de kimono. Com esta final tive a oportunidade de devolver o que recebi antes. Por isso, fiquei mais feliz ainda com esta final.”
Foi muito emocionante a homenagem sua ao seu mestre! O que ele representa para você, o professor Melqui Galvão?
“O mestre representa mais que um professor, ele é um pai para nós. Hoje onde estamos é por causa dele! Ele é a peça fundamental do quebra-cabeça. Ele controla tudo, orienta tudo, acredito que sem ele não estaríamos vivendo isto! Ele é a chave do nosso sucesso.”
Como você vê o nível dos estrangeiros em especial dos Americanos no grappling?
Devido ao alto investimento dos EUA no grappling e a estrutura que eles têm, vão crescer muito mais nos próximos 5 a 10 anos. Eles têm tudo e focam apenas em treinar sem quimono. Nós brasileiros, apesar de não ter tanta estrutura, temos o que eles não têm, o coração, a raça e a vontade de vencer, isto faz superarmos todos os obstáculos, hj só tem um americano despontando. No Brasil o grappling vem crescendo muito e vamos estar sempre batendo de frente com eles.
Para você a regra do ADCC é melhor ou pior que a da IBJJF? Qual você prefere?
“As duas regras são boas, gosto de lutar de kimono e sem kimono. Sempre treinei os dois e gosto de lutar os dois”.
Ainda pretende seguir morando e treinando em Manaus? Vai para outro estado ou país?
“ Por mim gostaria de seguir treinando e morando em Manaus, mas em breve vai abrir nossa academia em Jundiaí, com uma melhor estrutura e mantendo a mesma qualidade. Infelizmente, Manaus não dá esta estrutura para nós. Acredito que em São Paulo vamos chegar em um nível que nós mesmos não conseguimos imaginar.”
Porque o apelido Baby Shark?
“Ganhei esse apelido quando morava em Abu Dhabi e, depois, a turma da Flograppling também começou a me chamar assim e pegou.”
Qual seu próximo objetivo?
“Próximo objetivo é continuar melhorando como pessoa, devo voltar também a lutar com kimono e, mais a longo prazo, ganhar a maior quantidade de títulos no esporte para deixar meu nome na história e também e servir de inspiração para as próximas gerações.”
Congratulações ao Professor Melqui Galvão não apenas por este resultado, mas também por todos resultados que vem alcançando com sua equipe nos mais diversos certames.
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