Manaus (AM) – O Partido Liberal (PL) do presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta semana, uma ação em que pede a anulação dos votos das urnas eletrônicas no segundo turno das eleições. Em entrevista ao Em Tempo, nesta quarta-feira (23), representantes da direita no Amazonas apoiam a decisão do partido.
O ex-candidato ao senado, coronel Menezes (PL), afirmou que confia “em todas as ações promovidas pelo partido”, e complementou que sua confiança no presidente Bolsonaro é “simplesmente inabalável”.
Caso o PL colocasse em dúvida a legitimidade dos votos no primeiro turno, botaria também em risco os votos que elegeram os 99 deputados da sigla na Câmara dos deputados. Já líder do Movimento Conservador Amazonas, Sérgio Kruke, afirmou não temer o cenário instável para o partido caso o primeiro turno fosse incluído também na ação.
“Quanto a eleição dos parlamentares e demais cargos na Coligação, entendemos que não há temor algum se houver novo escrutínio eleitoral, a tendência é até de aumento da bancada”,
disse.
O pedido se baseia em uma auditoria contratada pelo PL, a qual concluiu que aproximadamente 59,2% das urnas eletrônicas, um total de 279 mil aparelhos, estariam com “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento”.
Os modelos apontados com supostos problemas seriam as urnas UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015
De Imediato, o ministro do TSE, Alexandre de Moraes, publicou um despacho, na terça-feira (22), para que o PL incluísse na ação o primeiro turno das eleições, sob pena de indeferimento.
“Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, determinou o ministro.
O ministro alegou que os aparelhos, apontados pela sigla com problemas, seriam os mesmos usados no primeiro turno das eleições.
Insistência
Nesta quarta-feira (23), a sigla respondeu a determinação e afirmou que a análise abarcaria apenas o segundo turno para “evitar tumultos”.
“A coligação autora requer que seja mantido como escopo inicial da verificação extraordinária o segundo turno da eleição de 2022”,
diz o documento enviado pela legenda ao TSE.
O presidente do PL, Valdemar Costa afirmou que para questionar o primeiro turno teria que envolver um grande número de candidatos e de partidos. Por isso, o PL considerou mais viável apontar os supostos erros inicialmente no segundo turno.
O que diz a ação
O Instituto Voto Legal (VT), responsável pela auditoria, teria constatado falhas na individualização nos arquivos “Logs de urna”, usados para a identificação dos equipamentos e atividades das urnas no segundo turno das eleições 2022.
Assim, conforme o relatório do PL apresentado ao TSE, as urnas dos modelos anteriores ao ano de 2020 estariam com o mesmo número de identificação do Log de urna, quando deveriam apresentar números distintos.
“Nos arquivos que não contêm o código de identificação da urna eletrônica correto, é impossível correlacionar, univocamente, os dados ali registrados com os eventos realmente ocorridos no mundo fático, sejam eles votos ou intervenções humanas”, diz o texto.
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