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Denúncia

Parlamentares do AM classificam denúncia de golpe como “grave” e pedem apuração

Parlamentares do Amazonas classificaram a denúncia do senador Marcos do Val (Podemos) como “graves” e que as acusações precisam ser apuradas

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Diante da denúncia do senador Marcos do Val (Podemos) realizada, na madrugada desta quinta-feira (2), sobre um suposto plano de golpe – arquitetado pelo ex-deputado Daniel Silveira -, contra a democracia, parlamentares do Amazonas classificaram os apontamentos de Do Val como “graves” e afirmaram que as acusações precisam ser rigorosamente apuradas.

Para o deputado federal Sidney Leite (PSD), a denúncia do senador Marcos do Val é “muito grave” e ressaltou que o parlamentar denunciante tem “o ônus da prova, e tem que provar o que disse”.

Também ressaltou que o senador Marcos do Val, como parlamentar, sabe quais são os fóruns competentes, os quais deve procurar para formalizar a denúncia, e destacou que no atual contexto, as autoridades precisam atuar para atenuar a tensão no país.

“Porque como eu disse, a denúncia que ele fez é muito grave. Então ele pode procurar a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a própria justiça e provar o que ele disse. Eu entendo que o momento que o Brasil vive é um momento que a gente precisa ter responsabilidade, serenidade, e nós como autoridades temos que ter mais do que nunca unir esforços para a gente pacificar o país”,

pontuou.

Ao Em Tempo, o senador Omar Aziz (PSD) também apontou a denúncia como “gravíssima”. Ao mesmo tempo, salientou que o senador Marcos do Val deveria ter denunciado no “momento certo, na hora que recebeu essa proposta”, e adiantou que o Conselho de Ética do Senado vai apurar a situação.

Conforme o cientista político Carlos Santiago, os responsáveis pelas movimentações e articulações para o golpe devem ser punidos pelos seus atos. Também ressaltou que a democracia brasileira é sólida, e tem mostrado força em frear atos golpistas.

“Cabe a Procuradoria da República e ao poder judiciário a investigação e identificação dos envolvidos, e cabe ao poder judiciário, se for constatado a verdade, uma punição exemplar para quem age contra a democracia e contra o estado democrático de direito e a lisura do processo do processo eleitoral”,

disse.

Denúncia

Inicialmente, durante uma transmissão em suas redes sociais, o senador Marcos do Val falou, na madrugada desta quinta-feira (2), sobre ter sido coagido a participar de um plano golpista arquitetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-deputado Daniel Silveira (PRB).

Ele teria sido chamado para espionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o objetivo de obter falas comprometedoras. Essas informações seriam usadas para sustentar a articulação do golpe. Também afirmou que pretendia renunciar ao cargo.

No entanto, horas depois, durante uma coletiva de imprensa, voltou atrás sobre deixar o Senado. Explicou que agiu “em um momento de muita raiva” por ter sido chamado de traidor ao ter se envolvido em uma discussão com partidos de direita após a eleição para a presidência da Casa.

Também negou que Bolsonaro teria o coagido a participar do plano golpista. Segundo a nova versão de Marcos do Val, o ex-chefe do Executivo se restringiu a ouvir a proposta de golpe feita por Daniel Silveira. Na tarde desta quinta-feira (2), o senador prestou depoimento à Polícia Federal para dar mais esclarecimentos sobre a suposta reunião.

“Quando você está nervoso, você fala coisas. Como em qualquer discussão de casal, depois você se arrepende do que fala. Nunca fui político. Quando você entra aqui, tem hora que a gente fica com vontade de ir embora. Foi um desabafo na minha rede social. Quando disse isso, eu estava praticamente decidido mesmo a reunir a equipe e tomar a decisão. Naquela hora que eu postei, se fosse num horário comercial, eu teria saído. Mas, quando acordei, comecei a falar: “Se eu sair, não vou mostrar o resultado do meu trabalho”. Minha equipe me pediu para que eu ficasse”, disse o senador em coletiva de imprensa.

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